Quando vemos postagens
de animais urrando de ódio nas redes sociais contra os nordestinos e contra o
Nordeste, devido ao avanço de Dilma Rousseff, uma mineira, no processo
eleitoral que se encerra no próximo domingo (26), sobre outro mineiro, Aécio
Neves, podemos imaginar que o os fantasmas fascistas, derrotados em 1945, continuam
a assustar a humanidade.
O neofascismo
brasileiro não é velho, mas vivia nos guetos sujos e becos escuros das ruelas
do Sul e Sudeste, movidos por dementes que vivem vagando em devaneios sobre a “superioridade
da raça” e “o papel central do Sul e Sudeste no desenvolvimento do país”. São
ogros da democracia, mas que nessas eleições
foram alçados à primeiro plano pela forma como os tucanos resolveram IMPEDIR,
veja bem, eu disse IMPEDIR, a reeleição de Dilma.
Não se trata de VENCER
uma eleição, mas de criar um clima de confronto em que um partido e seus
dirigentes tornam-se ALVOS de uma campanha degradante. E numa sociedade que se
pretende democrática, os que trazem o DNA do ódio de classe, especialmente os mais "intelectuais", são os mais “capacitados”
para serem os pontas de lança dessa tática, à exceção de Bolsonaro, um militar desqualificado que é pobre intelectualmente e Silas Malafaya, um vigarista que tem o "dom" de enrolar incautos.
As grandes lideranças
do PSDB tomaram essa tática como a única possível de vencer um governo que em
todos os indicadores (econômicos e sociais) levam nítida vantagem sobre o
reinado de FHC, o supremo comandante dos tucanos. Insuflaram o ódio e foram
apoiados entusiasticamente por neofascistas conhecidos pela sociedade.
Arnaldo Jabor, Lobão, Reinaldo Azevedo, Rodrigo Constantino e Rachel Sheherazade : linha de frente do neofascismo |
No primeiro turno
Dilma venceu em um estado do Sul (RS) e em dois do Sudeste ( MG e RJ), e perdeu
em dois do Sul (PR e SC) e em dois do Sudeste (SP e ES), ou seja, o discurso
contra o Nordeste não teria sentido, mas nenhum neofascista precisa de
argumento racional para promover o ódio.
Mas o Nordeste é tão
burro assim, como insinuou o ex-presidente FHC? Será que podemos ser vistos
como um “curral do PT”? Ou como disse o prefeito de Salvador, o reacionário
neto de Antonio Carlos Magalhães, ACM Neto, somos “domínio do PT”?
Olhando o passado, não
tão distante, veremos o Nordeste pobre, decadente e dependente das “boas ações”
do governo federal e sendo beneficiário de campanhas de ajuda, feita por
senhoras paulistas, com seus brincos reluzentes e chiquérrimas, que promoviam “festas
beneficentes” para recolher roupas e alimentos para os “pobres nordestinos”,
pessoas “menos favorecidas”.
Basta um rápido olhar
sobre o passado recente para ver que o Democratas (DEM), do neto de ACM, vivia
da miséria e das secas, formando currais de pobreza que davam votos aos velhos
coronéis, que em troca davam frentes de emergência. O PSDB, que agora é unha e
carne com o DEM, absorveu com maestria o DNA do DEM e, junto com o PMDB,
tornaram-se sucessores do DEM nesse tipo de política no Nordeste.
Nordeste dos sonhos dos neofascistas do Sul e Sudeste e das elites (e seus aliados) nordestinos : objeto de estudo e de simpatia das "senhoras bondosas" |
Talvez o urro de ódio
dos neofascistas do Sul venha da perda de um Nordeste faminto e pobre, que era
chamado de “coitado” e vivia gerando riqueza por lá com sua mão-de-obra. Mas e
o urro de ódio de nordestinos contra o Nordeste que deu expressiva votação a
Dilma no primeiro e ampliará essa votação no segundo turno?
Nesse caso o ódio de
classe puro e simples é a explicação para esse comportamento. Esse urro nasce
dentro das elites e de uma parte da classe média que se identifica com o perfume
das classes altas paulista e que nutre desprezo para os que tiveram ascensão
social nesses últimos doze anos.
O ódio desses
nordestinos que odeiam o Nordeste é o dos que reverenciam as desigualdades
sociais e querem que o pobre seja objeto de pena e de estudos antropológicos e
sociológicos e não de qualidade de vida.
O fato incontestável é que os governos Lula e Dilma fizeram gigantescos investimentos no Nordeste e começou a retirar essa região do destino traçado pelas elites. Ainda falta muito para que o Nordeste seja colocado numa posição mais próxima do desenvolvimento justo, mas começamos a dar esse passo.
Somos nordestinos com orgulho e a nossa mão estendida não é mais para pedir esmolas, mas para oferecer amizade e boas vindas.
E até podemos ceder o pouco da nossa água para os paulistas.
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