sábado, 29 de junho de 2013

NOVA MANIFESTAÇÃO EM NATAL : A BATALHA PELO TRANSPORTE PÚBLICO ENTRA EM NOVA FASE



Nesta sexta (28) as ruas do centro da cidade foram tomadas por mais de 10 mil manifestantes, em mais uma edição dos protestos que varrem o país e que, chegaram em Fernando de Noronha e dizem, alguns mais afoitos, no atol das Rocas, onde os pássaros parecem estar se manifestando contra os ataques ao meio-ambiente. De qualquer forma o ato, embora permeado por múltiplas reivindicações, centrou-se na origem do grupo #Revolta do Busão, ou seja, na questão do transporte público em Natal e, quiçá, na Grande Natal.
Manifestação dessa sexta (28) : democracia e reivindicação.
Afora pequenos incidentes que a mídia certamente vai encarregar de divulgar como se fosse o fim do mundo, a manifestação foi tranquila e FELIZMENTE não foi “ordeira”, já que numa manifestação a ordem é algo contraditório e impediria a exposição dos motivos da própria manifestação.Foram ouvidos gritos histéricos dos "apartidários", o partido dos sem-partido, contra os que levavam as bandeiras dos seus partido, mas nada que atrapalhasse o espírito democrático que, dessa vez, verificou-se concretamente.
Apesar de gritinhos histéricos, respeito aos partidos
Embora o silêncio de Carlos Eduardo venha irritando setores do Movimento Estudantil, que queriam mais aproximação do prefeito com as suas justíssimas demandas,  na sexta da semana que passou, mais precisamente em 21 de junho, a Prefeitura encaminhou a Mensagem 029/2013 ao presidente da Câmara Municipal, Albert Dickson (PP), que trata de Projeto de Lei sobre a organização dos Transportes Públicos Coletivos do Município de Natal e de pronto já atende uma demanda dos manifestantes : o fim da dupla função do motorista, algo que vem enervando os condutores e passageiros e ameaçando a segurança dos usuários, ou não, desse serviço.
O envio desse Projeto de Lei, sem alarde e nem publicidade que deveria ter merecido, inicia uma nova fase  da luta política a ser travada pelos movimentos sociais, partidos, sindicatos e associações de classe, que sempre exigiram a licitação para tentar acabar com o pesadelo vivido pelos usuários, prisioneiros de um oligopólio em que se destaca a mediocridade dos serviços prestados por ele.
Além disso, a política tarifária, algo misterioso e que acaba sempre sujeitando os trabalhadores a carregar os custos dessa concessão, com 70% do peso do preço da passagem, passará a ser claramente definida. Mas os limites do Projeto se expressaram num “quase-silêncio”, sobre as formas de controle dessa concessão e se diz, meio que envergonhadamente, que haverá uma Comissão de Fiscalização, algo meio que sem muita força dentro do Projeto de Lei.
De qualquer forma a discussão sobre o transporte público enfim chega à Câmara de Vereadores, que deverá conduzir esse processo. E é ai que mora o perigo. Se as forças populares, verdadeiramente democráticas e organizadas não ficarem de olho, não tenham dúvida que o SETURN, pela sua força, tomará as rédeas da discussão e imporá sua “visão” de transporte, que é de transporte público de caráter privado.
As manifestações, que empurraram as prefeituras na parede e romperam com o status quo vivido há décadas, agora chega aos corredores da representação política e da institucionalidade, o que exigirá uma carga muito grande de qualificação política e isso poderá representar o começo de algo a ser visto aqui em Natal : o fim da mediocridade dos transportes coletivos. 
Quem voltem a ser públicos.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

REFORMA POLÍTICA JÁ !



Bem...agora vivemos uma nova fase da luta política no Brasil. Diante da pressão das ruas e percebendo a necessidade de uma resposta contundente, a presidente Dilma meteu o dedo na ferida. Propôs uma consulta popular para que o eleitorado decida que tipo de sistema político deseja.
O enfurecimento das oposições, que acusam Dilma de “desviar o foco”, a reação “azeda” do Partido da Imprensa Golpista (PIG), cujos expoentes máximos são a Rede Globo e o pasquim de quinta categoria chamado Veja, anima aqueles que desejam, enfim, enterrar esse sistema apodrecido e que causa náuseas a cada dois anos.
Líderes dos partidos da base aliada, suas lideranças no Senado e na Câmara, se reuniram ontem (27) com Dilma, que vai encaminhar uma proposta ao Congresso até terça-feira, dois de julho e fecharam questão na defesa do plebiscito, à exceção do Partido Popular (PP), que defende o referendo.

E a população, de uma forma geral, incluindo os “acordados” e “apartidários” terão que se debruçar sobre o lado árido da luta política, que é a luta institucional pela mudança. É necessário, a partir de agora, que os movimentos sociais iniciem a batalha da informação num país desinformado.
Os “acordados” e os “apartidários”, mas também os organizados, terão que enfrentar a desinformação programada da mídia, o oportunismo do DEM, do PSDB e do PPS, o fisiologismo do PMDB e as incertezas da base aliada. Não há nenhuma garantia que a proposta a ser plebiscitada, expresse mudança de fato.
O sistema político brasileiro, basicamente desconhecido pela esmagadora maioria da população, tem servido para que as oligarquias, os clãs e os grupos se encastelarem no poder e de lá não sairem, não importando que os governos mudem. Os carrapatos são muito espertos.
O desconhecimento é a arma mais poderosa dessas forças e elas já estão disputando esse novo espaço aberto. E a melhor forma de ganhar essa disputa é informando, em primeiro lugar como funciona o atual sistema político e defender o que é melhor para a participação política do eleitorado. Democracia dinâmica e direta, mas sem demagogia e a saída fácil dos extremos.
Não imaginemos, entretanto, que mudar o sistema político é a redenção da política no Brasil. O sistema pode até mudar, mas as pessoas e as classes sociais não mudarão como num passe de mágica. Nada garante que, de repente, a ira contra a corrupção desperte um “senso moralizador” nas raposas que tomam conta do galinheiro, e sabemos que o RN, por exemplo, tem um exército muito bem organizado de raposas que ocupam as três esferas do poder sem muito esforço.
Primeiro passo? Explicar como funciona o sistema político atual. Segundo passo? Defender as propostas que representam avanços.
Alea jacta east!

terça-feira, 25 de junho de 2013

REFORMA POLÍTICA : DILMA COLOCA NA PAREDE O SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO



E a dinamicidade da luta política apresentou um novo fato. Ontem (24), durante o encontro que manteve com os governadores e prefeitos das capitais, os gestores locais dos recursos públicos, a presidente Dilma Roussef anunciou um “pacotaço” de medidas que jogam no debate a necessidade de reformar, enfim, o esclerosado sistema de representação política no Brasil.
Dilma falando aos governadores e prefeitos : empurrando o sistema político na parede
Além dessa reunião, Dilma se reuniu com representantes do Movimento Passe Livre (PML), de São Paulo, protagonista das maiores manifestações ocorridas recentemente. Reunião em que o MPL ouviu do governo a promessa de meter mais R$ 50 bilhões em projetos de mobilidade urbana.
Reunião com o Movimento passe Livre (MPL)
 E hoje (25) Dilma vai se reunir com os cabeças das instituições. O afobado Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF); o mudo Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado; e o grande “trazedor” de estradas e praças para prefeituras interioranas, Henrique Eduardo Alves (PMDB), presidente da Câmara de Deputados.
Não devemos esquecer, embora a mídia nada fale e as pessoas tenham o costume de lembrar de coisas desinteressantes, que o conjunto dessas reuniões fora proposta no dia 20 por trinta e seis entidades do movimento social e popular[1], no qual chama a atenção da presidente de certas alianças que tem empurrado o Brasil para trás.
É óbvio que sua proposta foi logo questionada pelo tucano Aécio Neves (PSBD) e pelo líder do conservador DEM, José Agripino, que responderam à iniciativa com o velho discurso “emparedador”. “Dilma decepcionou todo o povo brasileiro” repetia o colérico Aécio, esquecendo propositalmente o fato de que foi no período do tucanato que o Brasil mergulhou em uma crise econômica que praticamente o levou a falência em 1998 e 2002 e assustado com a possibilidade de não obter “lucros eleitorais” com a crise.
A proposta da presidente[2] provocou, de imediato reações de alguns juristas que, desconectados com a realidade e ligadíssimos nos seus alfarrábios que tratam do Direito Constitucional, já anunciaram a oposição à principal proposta de Dilma : a REFORMA POLÍTICA. Aliás a mídia, de uma maneira geral, torceu o nariz para a proposta da presidente, talvez por medo de que possamos estar aplicando, enfim, a democracia participativa e se livrando dessa milacria chamada “democracia representativa”, mofada historicamente.
Não que as outras propostas de pacto sejam desinteressantes, mas todas estão, de uma forma ou de outra, condicionadas a um sistema de gestão que se articula via esse modo de representação que privilegia, de forma escandalosa, o poder econômico e a manutenção de um sistema de poder que impede quaisquer avanço significativo nesse país.
Lula tentou isso há sete anos atrás e o Congresso conseguiu enterrar a proposta. E a fala de Dilma já provocou reações, afinal o termo “soberania popular” assusta os clãs e as oligarquias que infestam o setor público e deforma a relação entre o Estado e a sociedade.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), apressadinha em condenar a proposta de Dilma, correu e se articulou com o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e lançaram a sua proposta de reforma política[3], que pretende coletar um milhão de assinaturas.
Marco Aurélio Melo, uma das divas do STF, já veio a público para “enquadrar” a presidente e só faltou chamar ela de burra, ao dizer que ela usou “força de expressão” a citar a convocação da Constituinte específica[4]. E o zum-zum-zum encheu as páginas dos jornais online. Especialistas e juristas viraram as novas estrelas do momento e é de se esperar uma enxurrada de programas do PIG que vão, à sua maneira, tentar “explicar” ao “povão” o que é essa proposta e, sem dúvida, detoná-la posteriormente.
Mas há vozes que discordam desse “pânico”. Caso do presidente da Comissão de Estudos Constitucionais da OAB, Walmir Pontes Filho, que considera a questão política do momento mais importante do que mero formalismo, embora ressalte que não deva haver irresponsabilidade[5].
Se é verdade que as ruas ainda demonstram insatisfação de uma classe média que realmente cansou de enfrentar os problemas urbanos de um país que cresceu e integrou milhares de pessoas à condição de cidadãos, também é verdade que as gestões e a infraestrutura urbana permanecem muito distante do mínimo de civilidade e urbanidade.
Parece-me que Dilma, ao encostar o sistema político brasileiro na parede, está abrindo as portas para que, finalmente, o povo venha a participar dos debates, fortalecendo os partidos, sindicatos e organizações de massa e deixando as “viúvas de 64”, os golpistas, os fascistas e toda sorte de elementos provocadores de fora dessa discussão.
Veremos.


[1] Ver em : http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=8&id_noticia=216688
[2] Ver em : http://www2.planalto.gov.br/imprensa/discursos/discurso-da-presidenta-da-republica-dilma-rousseff-durante-reuniao-com-governadores-e-prefeitos-de-capitais
[3] Ver em : http://www.jb.com.br/pais/noticias/2013/06/24/reforma-politica-tem-proposta-de-inciativa-popular/
[4]Verem:http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2013/06/24/interna_brasil,373169/convocacao-de-constituinte-para-debater-reforma-politica-e-inviavel.shtml
[5] Ver em : http://noticias.r7.com/brasil/proposta-de-dilma-para-reforma-politica-divide-especialistas-25062013

segunda-feira, 24 de junho de 2013

GILZELDA TRIGUEIRO : HORROR E INCOMPETÊNCIA NUM ABRAÇO MACABRO



O Hospital Gizelda Trigueiro NÃO se localiza em Damasco, capital da Síria, destruída por uma violenta guerra civil há dois anos. Também não se localiza na paupérrima Harare, capital do país mais pobre do mundo, o Zimbábue. O dito hospital localiza-se na rua Cônego Monte, 110, no bairro das Quintas, Natal, capital do Rio Grande do Norte. Nesse hospital, localizado num país que não está em guerra, o cidadão não encontra um ESPARADRÁPO e o pronto-socorro simplesmente parou de funcionar.

Gizelda Trigueiro : uma vergonha.
E hoje (24) pela manhã, na emissora de televisão do clã Alves, que comanda o PMDB, aliado de ocasião da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), do clã Rosado, assistimos a um jovial e elegante secretário de saúde Luiz Roberto Leite Fonseca, informar aos cidadãos que está preocupado com a catastrófica situação da saúde do RN. Deverá, segundo ele mesmo, tomar “providências” para tentar consertar o caos instalado pelo governo do qual ele faz parte. Se ele dissesse o contrário poder-se-ia pedir a internação dele no pinel.
O elegante secretário da Saúde, Luiz Roberto : percebeu o óbvio?
Ao olharmos mais esse episódio patético de um hospital que deveria ser de primeira qualidade, vemos que há uma completa falta de compromisso dos governos dos clãs, com os cidadãos. A cidade de Natal virou um centro de execução de jovens, com números que assustam os especialistas e aterroriza quem mora na periferia e a educação não está capenga. Se arrasta em meio à uma crise que atravessa décadas.
Imaginando os gritos de “O Gigante Acordou” (sic) e das vultosas manifestações que ocorreram na quinta passada (20) em Natal, percebo que a revolta dos manifestantes bem que poderia ter um endereço direto já que milhares de trabalhadores pobres ou de baixa renda, aqueles que entram nos vagões do “trem do grude”; aqueles que se espremem nos “busões” de quinta categoria; aqueles que rezam para que seus filhos tenham aulas nas escolas públicas e aqueles que sentem um calafrio quando precisam ir a um pronto-socorro estão sendo governados por um esquema de poder que se reproduz como câncer e que vive do voto.
Os próximos capítulos a serem escritos nessa história de horror bem que poderiam ser lidos pelos “adormecidos” que, como num passe de mágica, acordaram, mas não perceberam que o problema não está a 2.436 Km daqui, mas bem ali, no Centro Administrativo, no prédio da Governadoria, onde os clãs fizeram dele sua residência, e, quem sabe, esses "adormecidos" não pudessem questionar como uma gestão de recursos públicos, que só aumentam, pode gerar serviços tão ruins como os que recebemos.
Caberá, ou não, ao voto, mudar esse cruel destino de quem precisa do Gizelda Trigueiro.
Por Wellington Duarte. Tecnologia do Blogger.

Tema Original do WordPress. Adaptado por Lissiany Oliveira.