quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

2015 : ESTRADA FEITA PELO PASSADO E EM CONSTRUÇÃO PARA O FUTURO


No último dia de cada ano, somos levados a refletir, meio que hipocritamente, sobre o que fizemos ou deixamos de fazer no ano que se encerra e prometemos a nós mesmo que "tudo será diferente".

Esse ritual é uma necessidade imanente ao ser social, que vive numa solidão coletiva, buscando algo que traga-lhe preenchimento dos vazios que a vida lhe impõe, ou de satisfação de necessidades que talvez nem sejam tão necessárias assim.

Eu, do alto dos meus 51 anos, 10 meses e 24 dias, já vendo o começo do fim da minha estrada, faço o mesmo ritual. Prometo a mim mesmo tomar decisões que não tomarei. Ser o que não serei. Fazer o que não farei e ir para onde não irei. Sou um viajante ermo há muito tempo, e minha bagagem comporta augúrios e vicissitudes que me levaram à estrada em que me encontro.

Façamos sim esse ritual e façamos exatamente tudo que desejamos, mesmo quem 31 de dezembro de 2016 estejamos, de novo, repetindo esse mesmo ritual que, em síntese, é um processo de aprendizado de nossa trajetória de vida.

Não se critique pelos erros cometidos em 2014, mas sim pelas ações que você não fez. Por sua inação e por sua covardia diante da vida. Seja mais cúmplice da vida, mais altivo e menos passivo. Reclame menos de algo que você, por incompetência, imaturidade e/ou mera leniência, não tenha feito.

Seja humano enfim, e encare 2015 com o primeiro ano de uma ano que será como muitos que foram e que você desejará ser como muitos que virão.



FELIZ 2015

sábado, 20 de dezembro de 2014

PAULOS WAGNER E MALUF : CULPA DOS "POLÍTICOS" OU DE QUEM OS ELEGE?



Nos meios mais “esclarecidos” da sociedade a aposentadoria do bufão Paulo Wagner nessa semana, bastou para provocar “fúrias em rede”, com pessoas esculhambando o sistema, os políticos e o diabo a quatro. Nesse mesmo mês, enquanto a Operação Lava a Jato, continua a produzir “chiliques de honestidade” em várias pessoas, Paulo Maluf teve seu futuro mandato “devolvido” pelo Supremo Tribunal Federal (STF), porque foi responsabilizado por várias roubalheiras ocorridas na sua administração, mas, coitado, foi sem dolo, ou “foi sem querer querendo” como anunciava o Chapolin Colorado.
O Bufão Paulo Wagner e o "sem querer querendo" Maluf : exemplos de uma sociedade hipócrita e doente
 A ira vestálica dos meios de comunicação, metidos até o pescoço em falcatruas fiscais; dos “muy honestos” senhores tucanalhas, cujos 500 kg de pó encontrados em um helicóptero, e que não era pó de arroz, ainda nem sequer foram explicados; e a sempre “honestidade” dos que bradam contra os políticos nas redes sociais, num verdadeiro circo patético em que se briga pra saber quem é o mais honesto, só pode ser visto como um sintoma de uma sociedade doente.
A “esquizonestidade” e a “honestiranoia”, termos cunhados para exemplificar como os surtos de honestidade vêm interagindo com a sociedade, revelam que num sistema político apodrecido e decadente, que se agarra com unhas e dentes a uma relação promíscua e incestuosa com o Estado, só pode gerar políticos desse naipe do Bufão Wagner e de Maluf. São encontrados em todos os estados, todos os partidos, todos os movimentos sociais, todos os sindicatos, todas as repartições públicas, todas as empresas, todas as comunidades, pessoas que se movem com essa prática. Boa parte delas que fazem discursos que poderiam estar sendo coroada como exemplos de preocupação com a “coisa pública”.
E se achamos que a aposentadoria de Paulo Wagner é uma tapa na cara de uma sociedade que quer ver menos roubos e privilégios, como explicar a nova bancada federal e estadual eleitas recentemente? E que não me venha dizer que “foi pelos pobres e ignorantes”, porque isso não cola mais. Como explicar os oito deputados federais eleitos? Foram votos “inventados” pelo sistema, ou são votos que expressam os interesses promíscuos de muitos segmentos dos potiguares, que durante o dia bradam contra a desonestidade e corrupção, e a noite ficam sonhando com as possibilidades de “entrar nos esquemas pra se dar bem”?
O sistema de representação parlamentar, feita atualmente no Brasil não pode gerar nada diferente do que vemos; o sistema Judiciário, corrompido de cima a baixo e com fortes interesses corporativos, não tem moral mais para julgar ninguém; categorias, como a dos médicos, que mergulharam no reacionarismo coletivo, engrossam esse exército de hipócritas, junto com agentes públicos da Polícia Federal, que tramam golpes nas suas repartições, sendo pagos pelo imposto que só beneficia os empresários.
A grande luta dos setores mais avançados da sociedade é do fazer avançar a Reforma Política e a democratização da mídia, veículos ainda possíveis de brecar essa deformação societária e COMEÇAR a tentar mudar o “paradigma da honestidade mentirosa”.

sábado, 13 de dezembro de 2014

13 DE DEZEMBRO : POR QUE ESQUECEMOS O DIA DA INFÂMIA?



Hoje é 13 de dezembro, um sábado quente mas agradável, no qual o povo, essa imensa massa que pouco está se lixando para as elites e as suas tentativas de derrubar Dilma, está indo às compras de Natal. É também o “Dia do Deficiente Visual”; “Dia Nacional do Ótico e do Oftalmologista”; “Dia do Marinheiro”; “Dia do Pedreiro”; “Dia do Lapidador”; e “Dia de Santa Luzia”.
Mas muitos, eu diria 99,9% dos mais velhos e 101,0% dos jovens desconhecem essa data, que DEVERIA ser relembrada de forma intensa pelos que defendem a democracia. Esperar isso do governo central, medíocre na comunicação, é demais.
Em 13 de dezembro de 1968, há exatos 46 anos, era anunciado, em cadeia de rádio e televisão, a promulgação do ATO INSTITUCIONAL N° 5, o quinto desde que os militares  tomaram o poder, em 1° de Abril de 1964. Muitos nem sequer sabem o que significa o nome “ato institucional”, que na verdade era um amaciamento vocabular dos militares para justificar suas ações pós-golpe.
13 de dezembro de 1968 : Dia da Infâmia
 Na realidade o AI-5 era uma nova Constituição, forjada pela ala mais dura do regime militar, escrita pelo ministro da Justiça, o jurista Luís Antonio da  Gama e Silva, que as areias da história enterraram no esquecimento. Foi baixado no governo linha dura do general Artur da Costa e Silva, e num momento em que o movimento estudantil, uma parcela progressista da Igreja Católica e alguns parlamentares, como o “sumido” deputado federal Márcio Moreira Alves (MDB), ensaiavam uma resistência, logo abafada, ao regime.
General Artur da Costa e Silva : o Ditador de plantão quando foi promulgado o AI-5
 Aos que ESQUECERAM o que significou o AI-5 e aos que NÃO QUEREM saber o que vivemos nesse país, é bom lembrar o que esse Ato, de doze artigos, representou para o país nos 10 anos em que vingou.
(a)          Pelo artigo 2º do AI-5, o Presidente da República podia decretar o recesso do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras de Vereadores, que só voltariam a funcionar quando o próprio Presidente convocasse essas organizações. Durante o recesso, o Poder Executivo federal, estadual ou municipal cumpriria as funções do Legislativo correspondente. No entanto, o Poder Judiciário também se subordinava ao Executivo, pois os atos praticados de acordo com o AI-5 e seus Atos Complementares estavam isentos de qualquer apreciação judicial (artigo 11º)
(b)          O Presidente da República podia decretar a intervenção nos estados e municípios, "sem as limitações previstas na Constituição" (artigo 3º).
(c)          Conforme o artigo 4°, o Presidente da República, ouvido o Conselho de Segurança Nacional, e "sem as limitações previstas na Constituição", podia suspender os direitos políticos de qualquer cidadão por 10 anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais.
(d)          O artigo 10º suspendia a garantia de habeas corpus nos casos de “crimes políticos ou que afetassem a segurança nacional e a ordem econômica e/ou social”.
Esses “aloprados” que hoje vivem usando as redes sociais para esculhambarem a presidente da República, de todos os impropérios possíveis e imagináveis, certamente receberiam um “tratamento especial” se o AI-5 estivesse em vigor nos dias de hoje.
A censura, que já existia, e era dura, desde 1964, tornou-se pior; as perseguições, prisões e demissões se multiplicaram; todas as pessoas que tivessem alguma coisa a reclamar do regime, como fazem hoje os que vivem bem e gemem alto, foram consideradas “perigosas” e/ou “subversivas”.
Lembrar esse dia, é lembrar que os militares mergulharam o país em 21 anos de terror e morte, montaram esse sistema que hoje está mostrado sua face apodrecida, nas relações entre o público e o privado, e muitos agora ficam, feito retardados, enaltecendo esse período, baseados em alucinógenos saídos dos discursos de dementes caquéticos como Lo(bo)bão ou de hienas fascistas, como Bolsonaro..
Hoje, no Brasil, deveria ser o Dia da Infâmia.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

E O NAZISTA ATACOU DE NOVO: BOLSONARO AGRIDE DEPUTADA DIZENDO QUE NÃO A ESTUPRARIA PORQUE ELA NÃO MERECE



JAIR Messias BOLSONARO é um militar da reserva, nascido em Campinas (SP), no ano de 1955, e que deitou raízes no Rio de Janeiro, onde fez carreira militar, chegando a capitão.
Em 1988 foi eleito vereador pelo Partido Democrata Cristão (PDC); em 1990 elegeu-se deputado federal pelo mesmo PDC. Em 1993 aderiu ao finado Partido Progressista Renovador (PPR), cujo líder era ninguém menos que PAULO MALUF e que em 1996, após fundir-se com o Partido Progressista (PP), passou a denominar-se Partido Progressista Brasileiro (PPB). E Bolsonaro lá, até que em 2003 saiu do PPB e entrou para o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), de onde saiu para ingressar no Partido da Frente Liberal (PFL) e no mesmo ano voltou aos braços de Maluf, ingressando no Partido Progressista (PP).
De 1990 até hoje Bolsonaro ficou “famoso” pelo seu ultra-reacionarismo; pelo anacronismo; pelos arroubos machistas, enfim, por tudo que a sociedade dita civilizada despreza. Bolsonaro é um ser desprezível na essência e não por suas posições políticas, embora ele defenda o Regime Militar e exerça um anti-comunismo tão feroz, que chega às raias da demência, mas pelo seus atos que nos remetem ao mais puro nazismo.
 
Nazista imundo que se esconde atrás de um mandato, Bolsonaro é um insulto à democracia
E o parlamento convive com esse elemento desde 1990, tendo ele sido reeleito agora com mais de 400 mil votos. Parece que tanto no Rio de Janeiro, como São Paulo, há um segmento que admira personagens sinistros e os coloca no parlamento talvez para assombrar a democracia. Suas estripulias tem marcado sua carreira política, e a sociedade CIVILIZADA o tem TOLERADO. Mas agora esse marginal passou de todos os limites possíveis e imagináveis.
Hoje (10), numa sessão plenária da Câmara de Deputados, agrediu a deputada Maria do Rosário (PT) de uma forma tão asquerosa que até os mais conservadores ficaram embasbacados. Disse que não a ESTUPRARIA PORQUE ELA NÃO MERECIA. E não se trata fuxico de comunista. TUDO ESTÁ GRAVADO EM ALTO E BOM SOM pela TV Câmara[1].
Torturador, terrorista, marginal, cafajeste e pilantra são adjetivos  insuficientes para esse bandido que se esconde atrás de um mandato e que se deslegitima por suas próprias ações. Um safardana que merece ficar desdentado e levar uma boa surra de cipó de brocha ou de uma boa urtiga.
O ato de Bolsonaro, num momento em que a violência contra a mulher cresce no nosso país, expressa a IMPUNIDADE que favorece esse tipo de bandido. É a desqualificação do gênero feminino por um machista fanático, dotado de baixa capacidade de convívio social. Bolsonaro, torturador e estuprador, é uma ameaça à sociedade. Um marginal que deveria estar preso. Bolsonaro é o representante da Ditadura, que teimam em assombrar a democracia brasileira. Sua permanência na Câmara de Deputados é um escárnio.
O PT e o PCdoB vão acionar os mecanismos legais para punir esse salafrário,mas provavelmente não sofrerá grandes punições, já que o conservadorismo machista irá protege-lo, mas a Esquerda tem o DEVER de defender a deputada Maria do Rosário, um agente político bem mais representativo do que “a coisa” chamada Jair Bolsonaro.



[1] http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/12/bolsonaro-repete-que-nao-estupra-deputada-porque-ela-nao-merece.html

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

SUPERÁVIT PRIMÁRIO E A ABERRAÇÃO DA DISCUSSÃO DA ECONOMIA E DA POLÍTICA EM TEMPOS DE FÚRIA REACIONÁRIA.



A grotesca cena em que um segurança da Câmara de Deputados, dá uma gravata numa “adorável velhinha” que, ao que tudo indica, estava fazendo crochê enquanto se desenrola a batalha campal entre a oposição e o governo, sobre a aprovação de uma Lei que autorizava o governo a diminuir o Superávit Primário, um termo elegante e, ao mesmo tempo, obscuro para a esmagadora maioria dos brasileiros, foi mostrada intensamente pela mídia nacional.
A "adorável" velhinha que vive sonhando com os gorilas fardados e é tiete de Aécio Neves : a "vovó fascista".
 A imprensa, na sua esmagadora maioria, surtou com a proposta do Governo que, para os vestais fiscalistas, seria simplesmente o fim de toda e qualquer oportunidade que o Governo teria em melhorar a situação do país. Os articulistas que fedem a mofo, como Reinaldo Azevêdo, aquele patético articulista do Esgoto-Veja, escreveram vociferações contra Dilma, pedindo o impeachment; enquanto um demente reacionário chamado Olavo de Carvalho, cuspia ódio nas redes sociais contra Dilma, o Governo e o falo da extrema-direita: o PT.
Aécio Neves, que andava desaparecido, voltou à cena e assumiu o papel da oposição venezuelana, que vive tentando depor os governantes eleitos. Falou sobre “organização criminosa” e na “batalha do Superávit” urrava mais do que torcedor do Coríntians quando seu time faz um gol. Todos contra Dilma, desde as “milícias digitais” que esculhambam a presidente com impropérios que faria a “velhinha do Superávit” apertar seu crucifixo de tanta vergonha; passando pelo Lo(uco)bão, que sem renda de seus (in)sucessos recentes, tá fazendo o papel de “papagaio dos fascistas”; chegando às antas televisivas, que despejam ilações absurdas, ajudada por economistas de meia tigela que não tem nenhum receio em fazer comentários mentirosos nas emissoras de televisão.
O Brasil já vem diminuindo o tal do Superávit Primário desde 2012, de forma acertada, por que esse Superávit Primário é a mais escancarada expressão do poder do mercado financeiro dentro de um país, visto que foi uma IMPOSIÇÃO do Fundo Monetário internacional (FMI), feita em 1998, ano em que muitos festejam a estabilidade do Plano Real, embora nesse ano o Brasil estivesse tão enfraquecido que a reeleição de FHC teve que ser comprada descaradamente e o “doutor” fez carreira e foi pedir dinheiro ao FMI, que fez suas tradicionais exigências, entre elas, a criação de um instrumento que OBRIGASSE os governos a reservarem parte de sua arrecadação para o PAGAMENTO DOS JUROS DA DÍVIDA PÚBLICA.
Desse acordo nasceu a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), promulgado em 2000, não cumprido por FHC e deixado como uma “coisa boa” prá Lula que continuou a obedecer às bases do acordo de 1998, graças ao neoliberal petista Antonio Palocci. É bom que se diga que a LRF, nas suas intenções é positiva quanto à questão da gestão dos agentes governamentais, mas sua essência é FINANCEIRA, não tendo NADA a ver com a preocupação com DESENVOLVIMENTO.
O pior é que a mídia MENTE sobre a questão, induzindo o espectador a pensar que só no Brasil é que o governo descumpre o Superávit Primário, o que é uma MENTIRA escabrosa, pois a esmagadora dos países mais desenvolvidos NÃO CUMPRE SUAS METAS FISCAIS, e nem por isso vemos parlamentares e velhinhas fascistas se engalfinhando com agentes de segurança da Câmara para protestar contra o não cumprimento das metas fiscais. Seria ridículo se não fosse trágico. Os EUA, por exemplo, tiveram um DÉFICIT PRIMÁRIO de 7,8% ano passado e nem por isso vimos a Globo anunciar a hecatombe no país de Benjamim Franklin.
Com uma Comunicação INEXISTENTE, o Governo não tem tido competência para enfrentar o debate, preferindo agir como se fosse culpado de ter optado por fazer investimentos do que pagara juros, algo pedido pelas esquerdas desde a década de 80 e que as centrais sindicais almejam o tempo todo.
Não se trata de estabelecer a anarquia fiscal, como dizem os apóstolos do caos, mas de, em um momento de crise, ter a coragem de optar pelos que não vivem do parasitismo financeiro.
O Governo fez bem, mas a “vovozinha fascista”, Lo(uco)bão, Aécio “turista” Neves e o exército de articulistas fascistas, fazem barulho e merecem uma semi-idolatria da mídia que não tem vergonha de sonegar impostos e nem de mentir descaradamente aos seus espectadores.
A guerra continua.
Por Wellington Duarte. Tecnologia do Blogger.

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