sexta-feira, 21 de novembro de 2014

OPERAÇÃO LAVA-JATO : SISTEMA APODRECIDO E HIPOCRISIA À SOLTA NOVAMENTE



A Operação Lava-Jato, que envolve relações promíscuas entre EMPRESÁRIOS e a Petrobrás, parece ter criado a certeza de que há algo de podre no Brasil e que fede faz tempo. Mas tapar o nariz para não sentir o fedor, ou sentir o fedor dos outros, é algo normal na nossa sociedade, que grita contra a corrupção, mas se alimenta e participa alegremente delas, com a desculpa do “jeitinho brasileiro”.
Os Vestais de araque chafurdam de novo
 Os vestais de sempre já começaram a “dança dos honestos”, com o ex-presidente FHC, dirigente da “privataria tucana” ficar ruborizado com o atual caso de corrupção, embora tenha “esquecido” que o seu partido, o PSDB tenha os pés e as mãos metidos em gigantescos escândalos de corrupção, como o “trensalão” e “caso do Banestado”, mas o “retrovisor” é passado e o ditado de “águas passadas não movem moinho” serve bem para esses vestais de araque.
FHC envergonhado : o passado deve ser "esquecido"?
 Obviamente que o tucano descarado, Gilmar Mendes, ministro do desmoralizado STF, já veio a público pra acusar, é claro, o PT, de não ter tomado vergonha na cara depois do “mensalão” e isso imediatamente foi replicado, não importando, é claro, que as empreiteiras, todas pobres e indefesas vítimas, tenham financiado campanhas de vários partidos e que a negociata envolva gente que financiou a campanha de Aécio Neves.
Gilmar Mendes : o tucano do STF se alegra com a possibilidade de meter o pau no PT mais uma vez
 A relação das empreiteiras como setor público vem desde a década de 50[1] e, teve na Ditadura um Céu em que a sonegação, as propinas, os acordos espúrios e a fuga de dinheiro (números chegam a R$ 1 trilhão) eram lugar comum. Depois da redemocratização as empreiteiras mudaram de tática e, graças a FHC, que fez passar a Lei n° 9.504/97, que passou a permitir que EMPRESAS passassem a financiar partidos, inaugurando esse verdadeiro “cabaré” que hoje vivemos.
Esse sistema apodrecido não foi devidamente combatido pelo Governo e o partido mais forte da coligação que governa o país desde 2003, já foi vítima várias vezes desse mesmo sistema, mas parece não ter sofrido o suficiente ainda. Vai passar por nova sessão de tortura, com ameaças até sobre a própria Dilma, fustigada por sua própria base de apoio, cujo PMDB é o principal ponto de apoio (sic).
O que fica evidente é a relação promíscua que está entranhada na nossa sociedade, entre os poderosos e as instâncias de poder, que se alimenta das obras públicas, dos cargos comissionados, das compras governamentais e dos cartéis escandalosos que veem todos os dias nos diversos setores da economia.
É interessante ver o depoimento de um empresário tucano que chama de hipócritas os que metem o pau no governo e, claro, no PT, diante desse novo escândalo[2], mas é claro que os honestos de plantão jamais levarão isso em consideração.
Se quisermos mudar isso, devemos dar incondicional apoio a uma reforma política, acabando com o financiamento privado das campanhas eleitorais e endurecendo as leis contra os corruptos e corruptores, iguais em responsabilidade na hora de meter a mão no dinheiro público.
Vejamos as cenas dos próximos capítulos.


quinta-feira, 6 de novembro de 2014

ROBINSON FARIA E A ENCRUZILHADA DO RN : ENTRAR PARA A HISTÓRIA OU SER MAIS UM.



Passado o processo eleitoral, é hora do futuro governo de Robinson Faria, botar as barbas de molho e ter um olhar atento sobre os próximos quatro anos. Ou ele entra para a história, ou se somará à galeria da mesmice política dos dirigentes do RN.
Robinson Faria (PSD) : alegria da vitória e preocupação com o futuro
Robinson fará o primeiro ano de governo com o Orçamento do último ano do governo de Rosalba Ciarlini (DEM), catastrófico em todos os sentidos, e que já o “amarra” em certas questões sociais e econômicas, sendo que o espaço de manobra vai ser fazer remanejamento de despesas, o que precisa de apoio político. A aliança que apoiou Henrique Alves elegeu 18 deputados estaduais e a que apoiou Robinson apenas 6 deputados[1] e obviamente Robinson terá que negociar com o todos os partidos, se quiser governar com certa tranquilidade. E não adianta resmungos da Esquerda porque a democracia representativa é assim. Quem achar ruim ou vai para um bar e enche a cara de cachaça, de preferência Pitú ou pula da ponte Newton Navarro.
O Orçamento de 2015 prevê uma receita de R$ 12,3 bilhões e uma perspectiva de investimentos, que chega a pouco mais R$ 1,7 bilhão de Reais, bem abaixo do que se prevê para a despesa de custeio da máquina burocrática, que é de R$ 6,6 bilhões de reais (53,7% da receita total), ou seja o total dos investimentos representam apenas e tão somente 27,8% dos gastos com a burocracia e 13,8% de tudo que se arrecada. É para deixar qualquer novo governante com o juízo quente.
Sem querem tornar a postagem monótona com uma enxurrada de números, o que Robinson e sua futura equipe terá que enfrentar é o impasse econômico do RN, que ao longo das décadas vem sofrendo de uma certa “paralisia”, na medida em que está se descolando do processo de industrialização que, para o bem e para o mal, é uma necessidade do sistema capitalista, ou alguém já viu falar de país desenvolvido sem uma indústria dinâmica?
E não será uma tarefa fácil, já que o “motor” do RN, parafraseando os chamados “Motores do Desenvolvimento”, organizados pela FIERN e Tribuna do Norte, que desde 2010, salvo engano, vem discutindo os rumos do RN, que parecem sem rumo, está emperrado há muito tempo.
Sem uma infraestrutura adequada, mas principalmente sem nenhum tipo de proposta ousada de desenvolvimento industrial, típica de dirigentes conservadores, o RN vive de espera. Não há, de forma efetiva, uma política industrial para o curto, médio e longo prazo
E o cenário é preocupante. A mesorregião Leste, que engloba a Região Metropolitana de Natal, com 55,6% do PIB e Oeste, região em que fica Mossoró, com 25,3% do PIB, somam 80,9% do PIB potiguar, o que indica uma forte concentração na distribuição da riqueza, restando à região Central, onde fica o Seridó (12,5%) e o Agreste (6,7%), contribuírem com 19,1% do PIB do RN.
Ocorre que o Agreste e a região Central são formados por 80 municípios, ou seja, 19,1% da riqueza do RN é produzida em 47,9% dos municípios, enquanto 80,1% da riqueza é produzida em 52,1% dos municípios. Acham pouco? Natal, Parnamirim e São Gonçalo do Amarante representam nada menos que 46,3% da riqueza produzida no RN, ou seja, 53,7% de toda a riqueza é produzida nos outros 164 municípios. Se isso não for concentração de riqueza, rasgo meu diploma de Graduado em Ciências Econômicas e minha carteira de economista.
As desigualdades espaciais do RN, seculares, não serão resolvidas em quatro anos ou em quatro décadas, mas se a letargia dos dirigentes permanecer a mesma, haveremos de ter os mesmos discursos, os mesmos seminários e as mesmas lamentações.
De uma vez por todas os dirigentes precisam assumir que a força propulsora do desenvolvimento econômico do RN está no estado, mas que não se trata de fortalecer o impulso ao crescimento das despesas governamentais, como forma de melhorar o bolso dos fornecedores, mas de implementar políticas de investimentos produtivos que integrem a economia do RN ao Brasil e ao Exterior.
Se Robinson tiver a ousadia de agir rapidamente, estabelecendo metas de curto, médio e longo prazos, talvez comecemos a viver, em 2015, o início do processo de desenvolvimento efetivo do RN e que seja com distribuição de renda, porque concentrado do jeito que tá agora seria como enxugar gelo..


[1] As bancadas eleitas são: PMDB-5;PROS-4;PSD-3;PSB-2;SD-1;DEM-1;;PR-1;PDT-1;;PT-1;PCdoB-1;PT do B-1;PHS-1;PMN-1;PSDB-1.
Por Wellington Duarte. Tecnologia do Blogger.

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