A Operação Lava-Jato, que envolve
relações promíscuas entre EMPRESÁRIOS e a Petrobrás, parece ter criado a
certeza de que há algo de podre no Brasil e que fede faz tempo. Mas tapar o
nariz para não sentir o fedor, ou sentir o fedor dos outros, é algo normal na
nossa sociedade, que grita contra a corrupção, mas se alimenta e participa
alegremente delas, com a desculpa do “jeitinho brasileiro”.
Os Vestais de araque chafurdam de novo |
Os vestais de sempre já começaram a “dança
dos honestos”, com o ex-presidente FHC, dirigente da “privataria tucana” ficar
ruborizado com o atual caso de corrupção, embora tenha “esquecido” que o seu
partido, o PSDB tenha os pés e as mãos metidos em gigantescos escândalos de
corrupção, como o “trensalão” e “caso do Banestado”, mas o “retrovisor” é
passado e o ditado de “águas passadas não movem moinho” serve bem para esses
vestais de araque.
FHC envergonhado : o passado deve ser "esquecido"? |
Obviamente que o tucano descarado,
Gilmar Mendes, ministro do desmoralizado STF, já veio a público pra acusar, é
claro, o PT, de não ter tomado vergonha na cara depois do “mensalão” e isso
imediatamente foi replicado, não importando, é claro, que as empreiteiras,
todas pobres e indefesas vítimas, tenham financiado campanhas de vários
partidos e que a negociata envolva gente que financiou a campanha de Aécio
Neves.
Gilmar Mendes : o tucano do STF se alegra com a possibilidade de meter o pau no PT mais uma vez |
A relação das empreiteiras como setor
público vem desde a década de 50[1] e, teve na Ditadura um Céu
em que a sonegação, as propinas, os acordos espúrios e a fuga de dinheiro
(números chegam a R$ 1 trilhão) eram lugar comum. Depois da redemocratização as
empreiteiras mudaram de tática e, graças a FHC, que fez passar a Lei n°
9.504/97, que passou a permitir que EMPRESAS passassem a financiar partidos, inaugurando
esse verdadeiro “cabaré” que hoje vivemos.
Esse sistema apodrecido não foi
devidamente combatido pelo Governo e o partido mais forte da coligação que
governa o país desde 2003, já foi vítima várias vezes desse mesmo sistema, mas
parece não ter sofrido o suficiente ainda. Vai passar por nova sessão de
tortura, com ameaças até sobre a própria Dilma, fustigada por sua própria base
de apoio, cujo PMDB é o principal ponto de apoio (sic).
O que fica evidente é a relação
promíscua que está entranhada na nossa sociedade, entre os poderosos e as
instâncias de poder, que se alimenta das obras públicas, dos cargos
comissionados, das compras governamentais e dos cartéis escandalosos que veem todos
os dias nos diversos setores da economia.
É interessante ver o depoimento de um
empresário tucano que chama de hipócritas os que metem o pau no governo e,
claro, no PT, diante desse novo escândalo[2], mas é claro que os
honestos de plantão jamais levarão isso em consideração.
Se quisermos mudar isso, devemos dar
incondicional apoio a uma reforma política, acabando com o financiamento
privado das campanhas eleitorais e endurecendo as leis contra os corruptos e
corruptores, iguais em responsabilidade na hora de meter a mão no dinheiro
público.
Vejamos as cenas dos próximos
capítulos.