A “política” do RN recebeu a notícia
de que começará em breve o teatro dos clãs, com o pomposo anúncio do rompimento
entre o PMDB, que já fizera o “grande favor” a Natal ao bancar o governo
pestilento da borboleta, e que se acoplara ao governo dos Rosado como um
carrapato fisiológico que efetivamente é, agora se anuncia, com direito a
trompetes e bumbos, que essa “parceria” acabou.
Os blogs e as redes sociais já
deitaram falação sobre esse “inédito” acontecimento na nossa história e agora
cabe aos mortais abobalhados e idiotas, esperar a unção dos clãs ao escolherem,
nas suas conchas, o futuro governador do nosso falido estado.
Desde 1935, quando Rafael Fernandes
foi feito interventor e reinou durante oito anos, o RN vive preso nas garras
desses vampiros, quer diretamente, quer indiretamente. O RN saído do primeiro período
Vargas, em 1945, já estava condenado a ser governado por clãs, dos Rosado, dos
Maia e dos Alves. É uma dança macabra, em que os rituais se repetem aos olhos
de uma sociedade que vive nas trevas da ignorância, dominada pelos meios de
comunicação que se esforçam em dar aos seus chefes um arremedo de culto à
personalidade e por uma esquerda mequetrefe, esquálida e que envergonhadamente
alimenta esses gordos vermes com as tais “alianças necessárias”.
O descaramento dos clãs deveria ser
revoltante tal é a desfaçatez. Não se preocupam em disfarçar os acordos
espúrios, com gracejos tipo “para o bem do RN”, ou com falaciosos “para acabar
com os radicalismos”, como se a população realmente participasse das suas
festas dionisíacas nas fartas e patéticas distribuições de cargos.
O teatro do absurdo vai ter no seu
primeiro ato, o rompimento do clã Alves com o clã Rosado, cada com seus
queixumes e seus discursos preparados nas cabeceiras da Casa Grande. Em
seguida veremos os chefetes de clãs locais, em longas e modorrentas filas, indo se
agregar a um e a outro clã maior, em troca de benesses e de favores pessoais,
tais como “encaixar” seus parentes e aderentes no botim estatal.
Finalmente a população, cega, surda e
muda por anos e anos de dominação, verá os “anjos” ungidos nas suas famílias,
descerem às nossas vidas e surgirem como aqueles que “renovarão” o RN com ”muito
trabalho e esforço”. E nós, servos dos senhores da ignorância, bateremos palmas
e nos lançaremos, em ondas, nos comícios interioranos ou nas caminhadas
urbanas, para votarmos nos seus lacaios, bajuladores, filhos, parentes e
aderentes.
Com uma sociedade dependente do setor
público, atrasada, com as forças produtivas de baixa dinamicidade e vivendo na plateia,
os atores dessa peça maldita chamada “politicanalhice do RN” nos levará a mais
quatro anos de trevas e de escuridão. Continuaremos a ser o gado que docilmente
caminha para o abate da cidadania e só quando a POLÍTICA substituir a “politicanalhice”
sairemos dessa prisão.