O
nobre secretário de Planejamento e Finanças do Rio Grande do Norte, Obery
Rodrigues, em entrevista ao Jornal de Hoje do dia 31 próximo passado[1], abriu o jogo e revelou o
que não precisava ser revelado : Sumus deficiet![2].
Secretário Obery : o RN está "tecnicamente falido". |
Com
o RN politicamente atrasado, nós agora podemos nos juntar ao clube dos falidos,
já que o secretário falou “falência técnica”, fruto, obviamente, não da
incompetência pública dessa gestão, mas da diminuição dos recursos oriundos do
Fundo de Participação do Estado (FPE) e da perda de robustez fiscal do Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Trocando em miúdos : a culpa é dos outros.
A “frustração
de receita”, uma frase criada pelo nobre secretário para tentar explicar a
derrota fiscal desse governo, somou-se ao fato de que o governo percebeu que somos um “estado
pobre”, uma percepção quase que surreal, visto que o RN está na UTI da economia já há algum tempo.
Olhando
para o começo do ano (fevereiro), quando a gestora, em discurso na Assembleia
Legislativa, ladeada pelos tradicionais puxa-sacos, disse que o estado estava
"superando dificuldades"[3], vencendo a “descrença” e
a impaciência, percebemos que, ou somos um bando de idiotas desinformados e
incapazes de ver a realidade, ou o governo tem como marca, a falácia
escancarada.
Nós,
mortais desmemoriados, decerto esquecemos que a gestora do clã Rosado, disse em
alto e bom som:
“O Governo está governando, o trabalho está sendo
feito, os resultados estão aparecendo e vão aparecer sempre mais, dando às
pessoas a oportunidade de julgar com equilíbrio o nosso desempenho, Não temos
medo desse julgamento, porque estamos do lado da verdade e da correção. Não
escondemos os problemas, não minimizamos as dificuldades nem subestimamos os
desafios que temos de enfrentar” (Ciarlini, 2013).
"Para fazer acontecer" ou "tecnicamente falido"? |
Governado
pela aliança DEM-PMDB e pelos clãs satélites, o RN mergulhou na sua mais
espetacular crise econômica e financeira, expondo de vez as feridas de um
sistema apodrecido e fétido, cujos pilares são formados por uma população que
vive sob a força de um estado corrompido, inepto e patrimonialista, um sistema
político necrosado e uma economia debilitada, cujas bases estruturais mal se
sustentam.
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