Jovens assassinados dentro de casa por
homens armados geraram um comentário patético do comandante da PM do RN. Segundo
o nobre comandante a PM não pode fazer muita coisa se as pessoas morrem dentro
de casa. É verdade, desde que não sejam mortas pelas casas e sim por pessoas
que invadem as casas. Um jovem morto por um grupo de outros jovens, com
requintes de bestialidade, aparentemente por que vestia a camisa do América-RN,
levou o mesmo comandante a afirma que não se pode acusar as torcidas
organizadas dos times, verdadeiras falanges fascistas, que disseminam o ódio e
são sustentadas pelas direções demagógicas e oportunistas desses clubes, além
de serem dirigidas pelos “filhinhos da classe média”, com seus podres poderes,
aterem trucidado o menino de dezesseis anos.
O Ceifador encontrou um campo de
colheita muito bom nas terras potiguares, já que o aparelho de estado está
completamente deformado e destruído, ancrônico na forma e podre no seu conteúdo.
As pessoas que vêem isso se refugiam no campo do medo, que gera o clamor à
“justiça final”, ou seja, a “porradaria” deve “comer no centro”, ou seja,
deve-se liberar fúria oficial sobre os
vagabundos. O problema é que há “vagabundos” nas periferias e os vagabundos que
fornecem as drogas, que realizam reuniões para cheirar drogas, que zombam da
sociedade com seus carros suntuantes. Que vestem roupas de grife e se comportam
como vermes rastejantes com ações e atitudes que os igualam a hienas.
Compartilhar vídeos de marginais sendo
trucidados pelo povo ou morto na repressão é uma válvula de escape diante de
uma sociedade abandonada. Sem Estado forte, com o poder da repressão sendo
exercido na ponta do processo, com a extirpação dos financiadores e
fomentadores da violência, não teremos nunca o retorno do mínimo da paz nas
ruas e nas casas. Com esse judiciário que protege os nobres e deixa apodrecer
os pobres nas suas cadeias fétidas e imundas, como acreditar que esse sistema
pode ressocializar alguém? A droga, a bestialidade, a decadência, a hipocrisia,
disseminadas e sem um governo que encare isso de frente, nos leva ao caos.
Escutando a música da banda Marduk,
“La Grande Danse Macabre”, olho do terraço de classe média e vejo uma cidade
doente, suja e com medo. Estamos no século das grandes descobertas e com um
comportamento cada vez mais medieval. Somos aqueles que rezam e fazem postagens
religiosas e descumprem as regras básicas de urbanidade achando isso normal.
Somos os que rejeitam a participação política, entregam essa representação a
elementos ridículos como um certo vereador cuja grande “obra” é a de distribuir
picolés na periferia, e depois ficam choromingando nas redes sociais negando
exatamente aquilo que fizeram.
E virá uma grande escuridão?