quinta-feira, 14 de novembro de 2013

PT ....QUO VADIS?

A crise deflagrada pela vitória de Olavo Ataíde no Processo Eleitoral Interno do PT, realizado em todo Brasil no dia 10 (domingo passado), logo contestada e revertida em prol de Eraldo Paiva, desencadeou uma luta que saiu das entranhas do partido e chegou à sociedade potiguar. 
O vai e vem de informações e a nota divulgada ao final de ontem (13) pelo Diretório Estadual do PT, trouxe a vitória para Eraldo Paiva, aliado de Fernando Mineiro, cujo grupo, segundo dizem, controla o partido há mais de uma década. O vencedor derrotado, Olavo Ataíde, não aceitou o resultado. Nesse lenga-lenga interno perde o PT, perde a esquerda e perdem os trabalhadores do RN.
Mostrar as entranhas feridas de um partido que, ao longo de trinta e quatro anos de sua história, tem revolucionado a política do país, parece ser algo fora de sintonia e a aparente democracia, que respalda essa autofagia explícita, torna-se um prato cheio para os donos do poder do RN.
Todos que tem um pouco de discernimento sabem que as duas maiores lideranças do PT norteriograndense são a deputada federal Fátima Bezerra,e o deputado estadual Fernando Mineiro, e essa barafunda partidária parece expor a divisão que já se sabia existir no partido.
O mais preocupante é o fato de que um processo eleitoral interno, que não deveria ser necessariamente dominado pelo burocratismo jurídico, passa a ser questionado exatamente a partir do fato de que a derrota do vencedor se deveu à não contagem de votos devido a “problemas” ocorridos em pelo menos cinco municípios[1] que, dizem as más línguas era favoráveis ao vencedor derrotado, Olavo Ataíde.
Numa nota divulgada ontem (13) Fernando Mineiro admite a divisão interna existente no partido e insinua que ocorreram tentativas de manipulação do processo eleitoral que lembraria as antigas brejeiras que dominavam o processo eleitoral potiguar nas décadas de 50 e 60[2]. Acusações gravíssimas.
A deputada Fátima Bezerra, ao contrário, prefere o caminho do silêncio, pelo menos em público, embora se comente que ela esteja indignada com o revertério ocorrido no processo eleitoral interno.
É bem sabido que setores do PT, principalmente o PT de Natal tem torcido o nariz para a aproximação de Fátima com o PMDB, que é aliado do PT no nível nacional, e que comanda a Câmara e o Senado. O presidente eleito do PT de Natal, Juliano Siqueira é taxativamente contra essa aliança, que ele chama de “acordão”[3], relembrando o acordo feito em 1978 pelos Alves e Maia e que, volta e meia, é feito nos processos eleitorais, exigindo que é necessário o PMDB reconhecer publicamente os males que causou no RN[4], para se pensar numa aliança, algo tão fantástico como dizer que a terra vai girar ao contrário a partir de agora. Juliano foi apoiado por Mineiro e pelo histriônico vereador ded Natal, Fernando Lucena, que teve o disparate de recentemente, dizer que Carlos Eduardo tem sido pior do que Micarla.
Às vésperas de um complexo jogo de alianças que será apresentada à sociedade potiguar em 2014, o banzé no PT o fragiliza e o expõe a uma sociedade que não tem uma cultura histórica de defesa dos partidos, ou seja, certamente o PT será “igual aos outros”.
Espera-se que a tempestade interna do PT, que certamente resvala na esquerda potiguar, não se transforme num furacão e que os dirigentes do partido façam prevalecer o que tanto bradam : respeito à democracia e ao voto.



[1] Ver em: <http://tribunadonorte.com.br/noticia/eleicao-provoca-crise-interna-no-pt-estadual/266526>
[2] Ver em : <http://mineiropt.com.br/noticias-30561#.UoStl-JBk90>
[3]
[4] Ver em : <http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/juliano-diverge-do-grupo-de-fatima-bezerra/266307>

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