quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

ÓDIO DE CLASSE: UM TEXTO DE "HUMOR CÁUSTICO" E O LAMENTAR DAS ELITES.



A blogueira e colunista do enfadonho jornal O Globo, Silvia Pilz, é uma ilustre desconhecida para a esmagadora maioria dos cidadãos brasileiros. Não representa nada, nunca participou de nada, enfim é um grande “nada”. Tem uma coluna, que deve ser vista por meia dúzia de pessoas “do meio”, que leva o nome de “zona de desconforto”.
Mas, como todo candidato a “nada”, tem que ter seu dia de “tudo”, a dita colunista levantou-se um dia desses perdidos, olhou para o espelho e se viu como um ser inefável, capaz de sacudir seus leitores com um texto de humor “cáustico”, mordaz, que choca. E veio a pérola, publicada no seu blog, com o título de “o plano cobre” (http://oglobo.globo.com/blogs/silvia-pilz/posts/2015/01/13/o-plano-cobre-558602.asp) que, segundo a blogueira foi feito para “divertir” as pessoas.
O texto exala a mais fétida provocação preconceituosa sobre uma camada de pessoas que formam a sociedade, como jamais li. Os que foram em defesa da blogueira, afirmaram que se vive num “mundo chato” e que ninguém mais pode ter um humor ácido, que logo vem a ladainha dos “politicamente corretos”. Outros afirmaram que o “jumentos” não entenderam a sagacidade da autora, pois a mesma estava fazendo uma crítica ao sistema de saúde.
Silvia Pilz e o "horror à pobre": ódio de classe disfarçado de "humor cáustico"
 Essa carioca, jornalista de quase 44 anos, nos presenteou com uma verdade e por isso devemos agradecer. Revelou o mais profundo ódio de classe que se pode ter dentro de um ser humano, e de como esse ódio pode ser expresso via “humor cáustico”. Mas ela não é nenhuma celebridade e nem representa nada. Apenas surtou e num arroubo de pedantismo próprio dos que se embriagam com o cheiro dos perfumes dos ricos, expôs sua verve contra os tais “pobres”. O verdadeiro ódio de classe está cada vez mais nítido e se revela nas redes sociais sem pruridos e nem meias palavras.
A versão de que o texto foi “irônico”, só revela que o surto durou pouco tempo e as reações nas redes sociais foram tão negativas, que a citada blogueira veio com uma desculpa esfarrapada da "não explicação" do seu ato, por ser parte de um “humor cáustico”. Não poderia pedir desculpas, pois estaria admitindo sua culpa e nem poderia assumir a culpa, pois seria mais criticada ainda. Preferiu o caminho dos grandes produtores do “nada”. Fez de conta que nada fez.
Essa senhora não tem importância nenhuma nas nossas vidas e nem na nossa dura realidade, mas em tempos de crise civilizatória, textos como esses servem para alimentar, nas elites, o pavor à ascensão de camadas da população que eram alvo de piadas nos “bons tempos” e hoje, para horror de muitos, não aceitam mais ser motivo de gargalhadas dos que se acham superiores, mesmo que com todo arsenal de hipocrisia de que dispõem.
Se irritar com a “chatice” do mundo porque não devemos mais tolerar alimentar o preconceito com as piadinhas do passado, é uma demonstração de que estamos ainda longe de querer aceitar que as pessoas não podem vivem em estratos sociais imóveis. Não vivemos num sistema de castas e é correto que nem o negro e nem o pobre aceitem mais ser motivo de riso.
Sem mais.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

A TRAGÉDIA DA "CHARLIE HEBDO" E A TRAGÉDIA DA IGNORÂNCIA NAS REDES SOCIAIS



O brutal atentado ocorrido em París, a chamada “cidade-luz”, em que doze vidas foram ceifadas por dois animais sedentos de sangue e munidos de ignorância e ódio, sacudiu o mundo e me parece a mente das pessoas também.
De repente, como mágica, apareceram admiradores da pequena revista francesa Charlie Hebdo, embora 99,99999....% não tenha a mínima ideia nem do que ela publicava. Seja sincero com sua consciência : você conhecia a Charlie Hebdo?
 Foi vitima de atentado terrorista, PROVAVELMENTE islâmico, que NÃO  É A MESMA COISA QUE ÁRABE, e pronto...seus donos e trabalhadores, trágica e estupidamente mortos, viraram bastiões da "liberdade de imprensa", em defensores da democracia.
"Eu sou Charlie" tornou-se uma "coqueluche" nas manifestações dos franceses, cuja maioria ignorava solenemente a revista, que vivia à beira da falência já há algum tempo. Não eram simpáticos à sociedade francesa. Mas depois de mortos, é como se a tiragem da Charlie fosse maior que a do Le Monde.
Nas Redes Sociais é de causar espanto o grau de ignorância que se dedicaram a escrever besteiras e insanidades sobre o ocorrido. Alguns simplesmente parecem ter saído da Idade Média, pregando disfarçadamente uma "guerra santa" contra o islã, e obviamente para essas criaturas islã é igual árabe. em nome da "guerra santa" dos fundamentalistas.
As imbecilidades, derivadas muitas vezes da desinformação ou de mentes reacionárias, pululam nas redes e as postagens se multiplicam. A esmagadora maioria delas mostrando uma certa aversão à informação e um apego desmesurado ao senso comum.
As charges, duramente anticlericais, baixavam o malho em todas as religiões e me divirto com a ideia de ver os mesmos cristãos que vociferam contra o islã, ver uma charge contra o Papa e a Igreja Católica, cujo teor escatológico me surpreendeu. 
Numa França onde o anticlericalismo é muito forte, a "Charlie Hebdo" se destacava pelo seu radicalismo
 Os mortos, num total de 12, morreram por fazerem parte de uma complexa rede de processos que atinge a Europa, o Oriente Média, o Irã e o Afeganistão e a participação da França na guerra civil da Síria, armando até os dentes os fundamentalistas de lá, com a ajuda da fundamentalista Arábia Saudita, é SOLENEMENTE ignorada e pode, indiretamente, ter ceifado essas doze vidas.
Mais patético é ver o governo francês, do “socialista”, François Hollande, fiel aliado dos EUA; o único país do mundo em que utiliza meios terroristas de forma clara e desavergonhada, nesse caso os EUA; e o principal financiador do novo fundamentalismo islâmico, a Arábia Saudita, se mostrarem estupefatos com o atentado. A hipocrisia pode ser de governos e Estados.
A Globo, como sempre, já se apoderou dos doze cadáveres e como uma ave agourenta, os colocou debaixo dos braços e os usa para aumentar seus minguados índices de audiência.
E a Grande Escuridão está no horizonte.
Por Wellington Duarte. Tecnologia do Blogger.

Tema Original do WordPress. Adaptado por Lissiany Oliveira.