domingo, 24 de março de 2013

FIERN RECONHECE O ATRASO DO RN E ACREDITA NOS CLÃS : A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DE SER OU NÃO SER



Aqui no estado governado por clãs anacrônicos algumas verdades parecem pertencer ao mundo da fantasia, até que alguém “iluminado”, geralmente vindo desses clãs ou seus apoiadores, vem a público e irradia sabedoria.
Até as pedras do meio-feio sabem que o RN desconhece a palavrinha chamada PLANEJAMENTO. Os gestores, entra governo e sai governo, montam espetáculos, reuniões, dão entrevistas e lançam programas tão inovadores como a série “Os Flintstones”, que deve passar em algum canal desses por ai.
FIERN e os clãs : atraso e esperança?
Bem, o presidente da Federação das Indústrias do RN (FIERN), Amaro Sales, numa “bombástica entrevista” ao Jornal de Hoje, que anda meio “calminho”, depois do processo eleitoral em que atuou como eleitor de Hermano Morais (PMDB), reconheceu que o RN é “o único estado do Brasil que não tem política industrial”[1]. Palmas prá ele, já que a FIERN até hoje, apesar das contínuas críticas que fazem à condução da economia do estado, mantém apoios de maior ou menor grau, aos chefes de clãs que dão plantão na Governadoria.
Citando o grande coronel baiano, Antonio Carlos Magalhães como um “baluarte” do desenvolvimento da Bahia, o senhor Amaro reafirmou que o planejamento é necessário, coisa que meus alunos de Ciências Econômicas sabem há muito tempo. É uma novidade igual ao fantástico descobrimento da roda.
Mas antes que algum incauto acredite que a FIERN estaria mudando de rumos, o senhor Amaro, como todos que o antecederam, mantém a crença de que o sistema político atual tem saída para esse impasse e, inclusive, numa flagrante contradição ao que afirmou na mesma entrevista, considera positiva a intervenção do governo estadual nas discussões. O surto de conscientização da FIERN durou exatamente o tempo de um parágrafo, o que revela a ligação orgânica dessa entidade com os clãs estaduais.
Com a tendência de queda da produção de petróleo; um porto envelhecido; a energia eólica andando a passos de lesma; o setor têxtil em crise; e uma economia que lembra a velha colônia, vemos um RN parado na estação do desenvolvimento, esperando, quem sabe um dia, algum clã “iluminado” que entenda que atraso é algo que destrói suas próprias bases. Eu duvido, mas os que acreditam em milagres...



[1] http://jornaldehoje.com.br/amaro-sales-o-rn-e-o-unico-estado-no-brasil-que-nao-tem-uma-politica-industrial-definida/

sábado, 23 de março de 2013

O NU ARTISTICO NA UFRN E A REPIMBOCA DA PARAFUSETA



Enquanto o mundo está atento ao que acontece na península coreana, com a ameaça de um confronto nuclea; ou vê a Síria ser tragada numa brutal guerra civil que já matou mais de 30 mil pessoas; ou uma Europa ofegante, sem saber como sair de uma espetacular crise, a mídia e as redes sociais locais voltaram seu foco para o “nú artístico” da UFRN.
O nu em foma de arte  na UFRN : o mundo vai acabar?
Pouco mais de seis estudantes de Antropologia fizeram uma apresentação ao lado do prédio do Centro de Ciências Humanas Letras e Artes (CCHA). Despidos e com “as vergonhas à mostra”, jovens dançaram alegremente, movidos por um esforçado grupo de colegas que tentavam tocar música, para mover os nús.
Espetáculo de liberdade, estranhamente feito por uns encapuzados, talvez por temerem represália da sociedade e da instituição. Mas, se era um ato de liberdade, o capuz não contradiz essa premissa? Com a palavra os nús. Mais interessante foi o fato de que as fotos foram “censuradas” pelos que postaram, numa ação contraditória entre o objetivo e a exposição do ato em si. Vá entender.
Em dezembro um jovem aluno do Curso de História também despiu-se das vestes para um “protesto lúdico” contra práticas professorais. E foi aquela folia. As redes sociais adoraram. E o "nu" daquela ocasião, sumiu.
Agora o nús sacudiram as mesmas redes. Posicionamentos irados contra e a favor pulularam nas redes, sem nenhum efeito prático é claro. Além de discussões estéreis e recheadas de preconceitos, de parte a parte, mostraram que certos fatos, sem importância, são alçados à esfera do estrelato, para em seguida desaparecerem. É o que acontecerá.
A sociedade, ocupada com coisas mais importantes, ou não dá a mínima atenção para esse “fato grandioso”; ou encara como algo “exótico”, sem nenhuma importância também; ou o trata de forma preconceituosa e discriminatória, que também não produz nenhum efeito prático.
Sem querer no mérito de uma discussão que nem acho que tenha algum mérito, as manifestações culturais e artísticas devem ser respeitadas, desde que esse grupos pelo menos avisem às pessoas do que se trata. E os que vivem numa “sociedade manietada pela consciência burguesa e reprimida no seu eu”, não são obrigados a gostar ou aceitar estas manifestações. Faz parte da natureza complexa de qualquer sociedade.
O que não se pode é aceitar que os que defendem tais atos caminhem de forma inversa e tentem impor a “sua” visão de sociedade aos “atrasados”. Quem aposta em atos polêmicos, deve estar preparado para travar um debate não no terreno que escolhe, mas no terreno que está posto.
Dessa forma as frescuras e os faniquitos dos moralistas e dos xiitas das artes podem ficar em segundo plano.

domingo, 17 de março de 2013

O CONCLAVE DOS CLÃS E A AFASIA POLÍTICA DO RN



Estamos no TRICENTÉSIMO TERCEIRO MÊS do (des)governo da aliança DEM-PMDB-PR e as coisas andam de mal a pior. Menos para os clãs é claro, já que as burras[1] do estado estão muito bem obrigado e cujo sistema mantém-se firme e seguro.
Num estado cada vez mais pobre, a alegria dos clãs é a mesma.
Os hospitais estaduais acumulam dívidas que são vergonhosas[2] e que mostram claramente a “preocupação” dos clãs com a saúde da população, a não ser em época de eleição, quando saem como vampiros em busca do seu sangue vital, o voto. Nas cadeias os presos literalmente apodrecem e o governo simplesmente ignora as decisões judiciais. A seca assola o interior e o governo se mostra tão rápido e objetivo nas ações quanto Pedro Velho e os seus chefetes no final do século XIX.
Os fricotes entre os membros do governo continuam e a reunião do chamado “conselho político”[3], um conclave de conchavos e futricas, realizada neste sábado, parece ter sido tão útil para a população quanto assistir um jogo da dama pela televisão. Aliás, a tal reunião serviu para que os beicinhos dos aliados se tornassem públicos, mais uma vez, num jogo de cena patético.
Walter Alves e o conclave : vou não!
O deputado estadual Walter Alves (PMDB), um dos quatro deputados do PMDB a ter assento na Assembleia Legislativa[4], local aprazível em que encostam ex-prefeitos e chefetes dos pequenos clãs e que vivem trocando amabilidades em discursos monocórdicos, que foram convidados pela governadora Rosalba Ciarlini, fez o papel de amuado e disse que não participaria da reunião.

Kelps : amuado e querendo secretaria
No grande teatro da hipocrisia, o outro deputado, o Kelps Lima (PR)[5] que chegou a ser cogitado que iria para o PT, e que deu algumas declarações aburradas sobre os “compromissos” do governo estadual, quer por que quer a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, a menina dos olhos de Henrique Alves, que a utilizará para construir seu discurso para 2014.
Carlos Augusto Rosado, o “big boss” do clã Rosado, e que hoje tem mais força do que José Agripino, não tem muita simpatia em dar mais espaço a Garibaldi Alves e Henrique Alves, aliados de Dilma Roussef no plano nacional a quem deverão apoiar e prontos a abocanhar o governo do RN em 2014.
Com o domínio absoluto da política do RN, os clãs se digladiam internamente sob o olhar atônito de uma esquerda que tem se mostrado incompetente politicamente em romper com esse sistema semi-feudal, e que ficam a espera das “grandes decisões”, para traçarem suas táticas. O reboquismo fortalece o sistema e os clãs, alheio ao que acontece abaixo do seu Olimpo, se refestelam com os espaços obtidos na administração pública e no poder, mantém o firme controle político da pequena capitania.


[1] Arca ou cofre que servem para guardar objetos de valor e dinheiro.
[3] Deverão participar a governadora Rosalba Ciarlini (DEM); o chefe do gabinete civil, Carlos Augusto Rosado (DEM); o presidente da Assembleia Lagislativa, Ricardo Motta (PMN); Henrique e Garibaldi Alves. O comparecimento de João Maia e dos quatro deputados do PMDB não foi confirmado.
[4] Ou outros são Hermano Morais, Gustavo Fernandes e Nélter Queiróz.
[5] Para quem não lembra, Kélps Lima foi secretário de Mobilidade Urbana, apoiador firme de Micarla de Sousa, já passou pelo PPS de Wober Júnior, e só saiu do governo micalista, em abril de 2010, para se candidatar a deputado estadual sob a asa de João Maia.

quinta-feira, 14 de março de 2013

OS CLÃS DO RN E A "BANDA VOOU"



Há uma frase que bem representa o panorama político e administrativo do RN: a banda voou. Na verdade, diante do chiste com que vem se caracterizando o (des) governo da aliança DEM-PMDB-PR, comandado pelo chefe do clã Rosado, Carlos Augusto, e gerenciado por Rosalba Ciarlini, falar em “gestão” seria atentar contra a inteligência dos mais atentos. A afasia produz caricaturas de discursos pelos gestores e seus aliados.
A seca vem assolando o estado, mas seca é algo normal dentro da zona climática local e não deveria assombrar os clãs que vampirizam o estado há décadas. O que há de novo nessa seca? Nada! A novidade é que, na atual gestão, a forma de como os clãs governam ficou escancarada.
Os clãs decidindo nada sobre coisa alguma
Nas últimas semanas vimos o teatro dos clãs. Seus chefes Agripino, Garibaldi, Henrique, Carlos Augusto, Rosalba e João Maia ajustaram suas “divergências”, como, aliás, vem fazendo desde 1978, quando montaram a “paz pública”. O roteiro é o mesmo. Um clã no poder, aliado a outro clã. Perto das eleições os chefetes de um dos clãs começam a “reclamar” e ensaiam rupturas. É o caso do deputado estadual Kéops que deu entrevistas reclamando do governo e agora é dito que poderá assumir uma secretaria. Nada de novo.
O caso da seca é emblemático. Até manifestações estão sendo organizadas pelo interior como “grito pelas águas”, coisa que o sertanejo faz desde quando as primeiras cabeças de gado pisaram o semiárido local. O que se pede? As mesmas coisas que se pediam no início do século XX. O que os clãs dirigentes dizem? As mesmas coisas que os Albuquerque Maranhão e os clãs do algodão diziam. Outro fato emblemático. Em plena seca, a Secretaria de Agricultura tá sem titular há cinco meses e o governo faz de conta que está tudo tranquilo. Descaso ou omissão? Provavelmente os dois juntos.
O caos instalado no sistema carcerário, a crise dos hospitais, as interdições parciais do Centro Educacional do Pitimbu e do Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Infrator (Ciad),[1]são uma amostra do “modo DEM” de governar. Obviamente, os comissionados vem e virão a público para dizer que o estado está “tomando as providências necessárias”.
Aliás, como sempre, veremos os deputados da base falarem em “potencialidades”, “desafios” e outros verbetes mais, como forma de produzir uma sensação de que estão preocupados com a situação de milhares de potiguares que vivem sob o tacão dos clãs e castigados pela seca.
A sociedade potiguar está vivenciando um festival de aberrações que deveriam servir para que começasse um amplo movimento cívico para expulsar politicamente estes clãs e arejar a nossa tão sofrida política.




[1] http://jornaldehoje.com.br/estamos-em-estado-de-falencia-total-do-sistema-socioeducativo-diz-juiz-da-infancia-e-juventude/
Por Wellington Duarte. Tecnologia do Blogger.

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