E o “pau cantou”! Foi assim que
terminou mais uma manifestação contra a autorização dada pelo governo municipal
de reajustar em 9,1% as passagens do transporte (sic) coletivo em Natal, realizada na quarta-feira (15).
"#Revolta do Busão" : pressão nas ruas |
Até as
pedras sabiam que tudo encaminhava para isso. O SETURN, poder paralelo que tem
forte influencia sobre a SEMOB, já conseguira da justiça federal a proibição de
que a manifestação chegasse à BR-101.
PSOL e PSTU bradavam seus discursos
ferozes sobre a “ladroagem” da prefeitura e da “aliança espúria” da SEMOB com o
SETURN, envenenaram o já envenenado ambiente e o seu pequeno exército de “fiéis
da revolução”, foram mobilizados para darem uma “incrementada” na manifestação.
Não cabe nem falar sobre a posição da
nobre e ineficiente Polícia Militar, conhecida por sua truculência e
incompetência, ou seja, nada de novo nesse cenário por demais conhecido de
usuários e da população em geral.
Por outro lado, o movimento “#Revolta do
Busão”, que tem como marca o “apartidarismo” e uma preocupação em “(...)
mobilizar uma frente única onde
movimentos sociais e demais agitadores
- não importando seu credo, sua bandeira ou filiação - podem agir em uma só
causa: A REVOLTA DO BUSÃO”[1], e que já adquirira força nas manifestações anteriores, buscava se posicionar como o principal protagonista do processo, o que gerou uma série de consequências, entre elas a sua "satanização" na mídia conservadores e nas redes sociais.
Obviamente que, diante da leniência do
governo municipal, apressado em decretar o aumento, mesmo diante das críticas
contundentes de seus aliados, tais como George Câmara (PCdoB), que defendia uma
necessária articulação entre o processo licitatório, que se arrasta a mais de
três anos, e o reajuste tarifário, e uma Câmara Municipal que assistiu ao
processo sem atrever-se a ser protagonista, provocou o acirramento do debate. Carlos Eduardo praticamente jogou gasolina no fogo.
Ainda ontem (16), uma nova manifestação,
dessa vez organizada pelo Movimento Estudantil, chegou às portas da Prefeitura e marcou
posição exigindo não apenas a revogação do reajuste, mas a licitação, prometida
na segunda gestão de Carlos Eduardo, e não feita, engavetada por Micarla e que
agora ressurge timidamente nos discursos ouvidos na Câmara.
E ontem a Câmara Municipal de Natal,
como sempre atrasada, aprovou um requerimento que pede ao prefeito a revogação
do reajuste[2].
Foram 20 votos a favor, inclusive de muitos que apoiavam o governo anterior e
uma solitária abstenção, a do líder do governo, Júlio Protásio (PSB). E dai? E dai nada, já que dificilmente Carlos Eduardo vai voltar atrás no reajuste. Perdeu uma boa oportunidade de debater essa milacria que maltrata os cidadãos natalenses. De qualquer forma a pressão das ruas já fez com que o prefeito reunisse 18 vereadores num almoço hoje (17) e prometesse o início do processo licitatório em quinze dias.
O problema do sistema de transporte coletivo em Natal é tão velho quanto as histórias da carochinha e há uma repetição histórica dessa situação. A luta entre o poderoso e inabalável SETURN e os vários prefeitos que foram gestores dessa bela cidade, prova que há uma hegemonia dessa entidade, no processo de organização e reprodução do sistema de transporte coletivo natalaense.
A resolução desse problema não será por obra e graça do divinio espírito santo ou de algum bom prefeito, já que ele nunca terá a força política necessária para enfrentar o SETURN e os seus aliados dentro da Prefeitura. A resolução, se houver, começará pela sociedade civil organizada e por um movimento forte e com credibilidade diante da população.
Se não for assim transformaremos essas justas manifestações em algo sazonal, que servirá para que a mídia consagre os manifestantes como baderneiros e o aparato de repressão como os "agredidos" . Será a peleja do Diabo com o Dono do Céu.
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