quarta-feira, 22 de maio de 2013

CARLOS EDUARDO E A ESPADA DE DAMOCLES : A PRESSÃO SOBRE O GOVERNO MUNICIPAL AUMENTA



E Natal amanheceu sem os serviços do glorioso DETRAN-RN, em greve desde o dia 13, deixando em polvorosa os usuários dos seus serviços, que normalmente já não são grande coisa; com a mesmice do transporte coletivo público (sic), que continua caro e péssimo; e uma greve, deflagrada nesta segunda-feira (20), pelo Sindicato em Educação Pública do RN (SINTE-RN), que exige uma reposição salarial de 34%. No caso do DETRAN-RN, o Sindicato dos Servidores da Administração Indireta (SINAI-RN) denuncia que o governo estadual não oferece plano de saúde e o recebimento do vale-transporte, além do cumprimento do plano de cargos e salários, aprovado na gestão anterior.

Ontem também Natal viu uma grande manifestação, com cerca de sete mil manifestantes, algo significativo nos dias de hoje, puxada principalmente por entidades poderosas em termos de mobilização, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Grito da Seca, que cobravam ação do governo estadual diante da estiagem que arrasou os pequenos agricultores. O movimento “#Revolta do Busão” também esteve presente no ato, ainda lutando pela revogação do reajuste de 9,0% das passagens do transporte coletivo, ocorrida sábado (18) em Natal. Dessa vez a manifestação não foi reprimida pela polícia militar.
O que se vê é que a somatória da “herança maldita” da administração Micarla de Sousa e a inércia do governo estadual estão produzindo as reações da sociedade e isso pode interferir no processo eleitoral de 2014. Todos os agentes envolvidos pesam suas ações com um olho nestas eleições e o outro nos resultados que podem obter a curto prazo. Ninguém é santo ou demônio.
Para completar, a greve dos professores da rede pública municipal, que afeta mais de 50 mil estudantes, põe em cheque certa atmosfera de crédito que o prefeito tinha diante de certos movimentos sociais. Esmagado pelo caos administrativo e financeiro, a prefeitura se vê as voltas com as necessidades da população, cada vez mais impaciente com o estado calamitoso dos serviços públicos, municipais e estaduais, e a dos trabalhadores, condenados a terem uma relação sempre tensa com o governo já que não possuem legislação que permita, como na iniciativa privada, uma negociação coletiva.
Após cinco meses de gestão, o governo municipal vem apresentando sinais de estresse político, tendo que manter uma base de apoio extremamente frágil, baseada no velho troca-troca, na Câmara Municipal; a oposição furibunda da tríade revolucionária da aliança PSTU-PSOL, que aposta na candidatura de sua musa, a inquieta vereadora Amanda Gurgel (PSTU) em 2014; a oposição meio envergonhada do PT de Natal, que divide-se entre a logorreia de Fernando Lucena e o discurso moderado de Hugo Manso e uma eleição pela frente.
A espada de Damocles paira sobre a administração municipal e espera-se que o prefeito se movimente e movimente seus peões para recuperar a credibilidade diante da população ou pelo menos de parte dos movimentos sociais, o que será essencial para a sua sobrevivência política.


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