O
dia 8 de março é comemorado como o Dia Internacional da Mulher.
Como sempre
veremos uma enxurrada de postagens nas redes sociais e na mídia, enaltecendo a
beleza, a maternidade e a figura tranquila e segura da mulher. A data, sob o sistema capitalista, serve para impulsionar o consumo, através da saraivada de presentes e seu verdadeiro conteúdo foi "apagado".
Sendo homem,
fazer uma postagem sobre esse dia poderia parecer contraditório, mas vou me
arriscar a tecer algumas considerações sobre o que, a meu ver, poderia ser um
dia de comemoração das conquistas, mas lembrando que os direitos da mulher
infelizmente ainda são flagrantemente desrespeitados.
Para começar
é bom lembrar que o Dia Internacional da Mulher nasceu nas manifestações das
mulheres do Partido Socialista da América (SPA)[1], em 29 de fevereiro de
1909, que protestavam contra as péssimas condições de trabalho das operárias das
confecções de Nova Iorque. A luta das mulheres, portanto, não nasceu nas tardes de chás e nem nas conversas inúteis das senhoras filantrópicas das elites. Nasceu dentro do movimento revolucionário, que defendia a igualdade entre os sexos
Clara Zetkin : propôs a criação do dia. |
No ano seguinte, em agosto, durante a Conferência Internacional
das Mulheres, a social-democrata[2] alemã Clara Zetkin propôs a criação
de um “Dia Internacional da Mulher”, o que foi acatado pela Conferência.
Em 18 de março de 1911, milhares de mulheres saíram às ruas de diversas
cidades europeias, exigindo o direito ao voto e a aceitação no serviço público.
Além disso, elas exigiam o fim da discriminação social no trabalho.Foram duramente reprimidas, mas não recuaram dos seus propósitos.
As
datas variavam de país para país e em fins de fevereiro de 1917 ( 8 de março no
calendário gregoriano ), as manifestações das mulheres ajudaram a deflagrar a
chamada Revolução de fevereiro, que acabou com o regime czarista.
Alexandra Kollontai : idealizadora do Dia na Rússia revolucionária |
Dolores Ibarruri : La Pasionária. |
As mulheres lutaram pela democracia e pelo socialismo em diversos momentos do século XX, destacando-se a espanhola Dolores Ibarruri que lutou contra os fascistas espanhóis e ficou célebre pela frase "Não Passarão!".
Que dizer das mulheres vietnamitas, cambojanas e africanas que lutaram pelas revoluções nos seus países? Ódes e poesias bestas, são incapazes de homenageá-las.
A
data, depois do fim da URSS e do Bloco Soviético, foi varrida dos mapas comemorativos dos países do Leste Europeu, enquanto vários direitos das
mulheres, conquistados neste regimes, simplesmente foram abolidos. A derrota do
socialismo teve uma interferência direta na regressão das conquistas do gênero
feminino.
No século XXI. o fundamentalismo avançou sobre os ganhos sociais e políticos nos países de religião mulçumana e hoje vemos as mulheres serem tratadas como cidadãs de segunda categoria. A tragédia da mulher, nesses países, veio depois das "revoluções democráticas".
No
Brasil, as mulheres, submetidas a séculos de opressão por um machismo
anacrônico, só tiveram seu direito de votar reconhecido em 1932 e devíamos nos envergonhar por ter que termos uma Lei para proteger as
mulheres dos vermes que as consideram propriedade e as agridem e matam como se
fossem animais. A cada 15 segundos, uma mulher é vítima de violência doméstica
e familiar, que tanto pode ser física, psicológica, moral e sexual.
Quero homenagear as milhares de mulheres que lutam no dia a dia, que trazem no rosto a marca da dominação capitalista e que se mostram verdadeiras guerreiras diante de um mundo ainda discriminador e opressor. Quero homenagear não as dondocas, nem as patricinhas, nem as "piriguetes", vázias de conteúdo e réles produto de uma sociedade decadente, mas as que são belas exatamente por serem fortes.
Que nós, homens, deixemos de ser idiotas e reconheçamos a Mulher como nossa parceira e companheira, e que tornemos, juntos, o mundo melhor.
VIVA O DIA INTERNACIONAL DA MULHER
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