terça-feira, 15 de janeiro de 2013

SECA, CARNAVAL E A "ESCOLHA DE SOFIA" DOS PREFEITOS EM 2013



O Ministério Público Estadual recomendou às 139 prefeituras, em situação de emergência, que repensem sobre a possibilidade de promover o Carnaval nas suas cidades. O argumento é simples e claro: a pior seca dos últimos 40 anos, trouxe a necessidade de prioridades absolutamente emergenciais.

Em junho o mesmo Ministério Público Estadual fez essa recomendação, e o que se viu foram os gestores, em meio aos processos eleitorais com o bolso frouxo e o erário público vazio, enquanto o sol torrava o espinhaço do “povão”. E ficou por isso mesmo.

A Prefeitura de Guamaré, do prefeito recém-empossado, Hélio “de Mundinho” (PMDB) já entrou com um pedido prá realizar o Carnaval, embora o município que governa, um exemplo de má gestão dos recursos públicos, esteja incluído no rol daqueles que estão em estado de emergência.

Seca violenta em Macau justificaria a suspensão do Carnaval?
Em Macau coube ao ex-prefeito Flávio Veras anunciar pomposamente, no dia 30 de dezembro a sua grande obra: garantir o Carnaval de 2013 via liminar. Até agora, 15 de janeiro, será a única da região que irá torrar dinheiro público na festança de momo.

A alegria de milhares em Macau, justificaria a permanência do Carnaval?
O Carnaval no interior é largamente utilizado para fortalecer os pequenos clãs locais, que utilizam, de forma desavergonhada e nas barbas do Ministério Público, dinheiro público e promover o festão.




Nesse ano de 2013, em que o Sertão, o Agreste e até uma parte do litoral está enfrentando essa calamidade natural com efeitos sociais, com o olhar complacente do governo estadual, parece que a primeira grande tarefa dos recém-eleitos, muitos deles que se depararam com o caos administrativo, é realizar o Carnaval, para “atrair investimentos”.

E o “efeito-carnaval” é contagioso. Em Apodí, governada por um prefeito filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), foi anunciado que a Prefeitura levará “grandes” nomes para o Carnaval local, com atrações que, sem dúvida irão contribuir para o desenvolvimento da cultura local[1]. Mas isso não é privilégio apenas dessa gestão, já que apenas segue a “lógica” centenária do “pão e circo”.

O detalhe é que os meteorologistas alertaram que a estiagem continuará em 2013, mas isso não parece afetar os novos gestores que teimam em achar que o que valer é “ficar bem na fita” com o “povo”, ao invés de estabelecer uma discussão sincera, e dificil, sobre as prioridades que seus governos deveriam estabelecer em 2013.

Bem, a grande defesa dos gestores é de que o Carnaval melhora a economia da região, mesmo que por dez dias, cabendo, portanto aos outros trezentos e cinquenta e cinco dias, terem uma economia medíocre e dependente das verbas federais. E essa “melhora”, cuja prova documental é nebulosa, não tem nenhum, mas nenhum mesmo, reflexo no médio prazo, aliás, mesmo no curto prazo, porque simplesmente o Carnaval não gera INVESTIMENTO e sim o fluxo de recursos momentâneos que, descontados os gastos das prefeituras, não deve “sobrar” muito para ser aplicado nas comunidades.

Na realidade os novos gestores estão prisioneiros da história, já que a cultura da diversão com dinheiro público, implementada anos a fio, poderá trazer perdas eleitorais, caso os mesmos resolvam enfrentar o caos instalado.

Esperemos prá ver.


[1] Forró dos Plays,Solteirões do Forró ,Flávio Pizada Quente, Pegada de Luxo, André Luvi,Kiko Sales, Pimenta Nativa, Banda Tabakana, Banda Inala, Banda Pawlera, Banda Bakulejo, Bonde Do Maluco, Ferruado Elétrico ,Forró Do Stilo, Forró Pipoco, Forró Do Lance, Arretado Elétrico,Malubakana,Nilson Viana e É o Tchan.

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