O Ministério
Público Estadual recomendou às 139 prefeituras, em situação de emergência, que
repensem sobre a possibilidade de promover o Carnaval nas suas cidades. O
argumento é simples e claro: a pior seca dos últimos 40 anos, trouxe a necessidade
de prioridades absolutamente emergenciais.
Em
junho o mesmo Ministério Público Estadual fez essa recomendação, e o que se viu
foram os gestores, em meio aos processos eleitorais com o bolso frouxo e o
erário público vazio, enquanto o sol torrava o espinhaço do “povão”. E ficou
por isso mesmo.
A
Prefeitura de Guamaré, do prefeito recém-empossado, Hélio “de Mundinho” (PMDB)
já entrou com um pedido prá realizar o Carnaval, embora o município que governa,
um exemplo de má gestão dos recursos públicos, esteja incluído no rol daqueles
que estão em estado de emergência.
Seca violenta em Macau justificaria a suspensão do Carnaval? |
Em
Macau coube ao ex-prefeito Flávio Veras anunciar pomposamente, no dia 30 de
dezembro a sua grande obra: garantir o Carnaval de 2013 via liminar. Até agora,
15 de janeiro, será a única da região que irá torrar dinheiro público na
festança de momo.
A alegria de milhares em Macau, justificaria a permanência do Carnaval? |
O
Carnaval no interior é largamente utilizado para fortalecer os pequenos clãs
locais, que utilizam, de forma desavergonhada e nas barbas do Ministério
Público, dinheiro público e promover o festão.
Nesse
ano de 2013, em que o Sertão, o Agreste e até uma parte do litoral está
enfrentando essa calamidade natural com efeitos sociais, com o olhar
complacente do governo estadual, parece que a primeira grande tarefa dos
recém-eleitos, muitos deles que se depararam com o caos administrativo, é realizar
o Carnaval, para “atrair investimentos”.
E o “efeito-carnaval”
é contagioso. Em Apodí, governada por um prefeito filiado ao Partido Comunista
do Brasil (PCdoB), foi anunciado que a Prefeitura levará “grandes” nomes para o Carnaval local, com
atrações que, sem dúvida irão contribuir para o desenvolvimento da cultura
local[1].
Mas isso não é privilégio apenas dessa gestão, já que apenas segue a “lógica”
centenária do “pão e circo”.
O
detalhe é que os meteorologistas alertaram que a estiagem continuará em 2013,
mas isso não parece afetar os novos gestores que teimam em achar que o que
valer é “ficar bem na fita” com o “povo”, ao invés de estabelecer uma discussão
sincera, e dificil, sobre as prioridades que seus governos deveriam estabelecer em 2013.
Bem,
a grande defesa dos gestores é de que o Carnaval melhora a economia da região,
mesmo que por dez dias, cabendo, portanto aos outros trezentos e cinquenta e
cinco dias, terem uma economia medíocre e dependente das verbas federais. E essa “melhora”, cuja
prova documental é nebulosa, não tem nenhum, mas nenhum mesmo, reflexo no médio
prazo, aliás, mesmo no curto prazo, porque simplesmente o Carnaval não gera
INVESTIMENTO e sim o fluxo de recursos momentâneos que, descontados os gastos
das prefeituras, não deve “sobrar” muito para ser aplicado nas comunidades.
Na
realidade os novos gestores estão prisioneiros da história, já que a cultura da
diversão com dinheiro público, implementada anos a fio, poderá trazer perdas
eleitorais, caso os mesmos resolvam enfrentar o caos instalado.
Esperemos prá ver.
[1] Forró
dos Plays,Solteirões do Forró ,Flávio Pizada Quente, Pegada de Luxo, André
Luvi,Kiko Sales, Pimenta Nativa, Banda Tabakana, Banda Inala, Banda Pawlera, Banda
Bakulejo, Bonde Do Maluco, Ferruado Elétrico ,Forró Do Stilo, Forró Pipoco, Forró Do
Lance, Arretado Elétrico,Malubakana,Nilson
Viana e É o Tchan.
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