Em janeiro de 2013, caso sbrevivamos a hecatombe anunciada pelos maias, veremos que o PMDB, além da vice-presidência da república, na figura de Michel Temer, terá a presidência do Senado, com José Sarney e a presidência da Câmara de Deputados, com Henrique Eduardo Alves.
O poder de fogo do PMDB é, sem dúvida, um fato com o que o governo Dilma já está tratando. E não é fácil lidar com um partido que não é partido. Como assim?
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Alguma semelhança com o PMDB? |
Imaginemos o
camaleão, um pequeno lagarto da família dos chamaeleonidae. Chama a atenção pela capacidade em adaptar a cor da sua pele ao ambiente,
um efeito que data de 100 milhões de anos atrás e que possibilita ao pequeno e
simpático réptil a defender-se dos seus algozes.
O
PMDB, nascido em 1966, como MDB e assumindo a denominação atual nos estertores
da Ditadura, é o nosso camaleão da política. Auto-intitulado “partido do Brasil”
é, na prática, uma federação de líderes regionais e locais, sem uma unidade
nacional, mas que detém forte presença nos poderes da república.
Sem
se debruçar sobre a atuação do PMDB na Câmara de Deputados, nem no Senado, nem
nos estados e municípios, mas apenas e tão somente olhando-o no que se refere
ao poder executivo central, veremos que as semelhanças entre esse poderoso
partido-federação e o nosso pequeno e ágil chamaeleonidae são bem próximas.
Partido-federação,
esteve, desde 1985 no poder federal, mantendo-se agarradinho ao poder ao eleger José Sarney na chapa do mineiro Tancredo Neves, vencedora no Colégio
Eleitoral de 1985 e com o passamento deste, o nosso querido Sarney alçou à presidência da República em 1986.
Não foi
a toa que Ulysses Guimarães, o “Senhor Diretas”, cujo prestígio era imenso
devido ao seu trabalho na Assembleia Constituinte e cujo partido elegera, em
1986, 22 dos 23 governadores, foi fulminado com meros 4,43%, nas eleições de
1989, depois de abandonado pelo próprio PMDB, que em poucos meses teve várias de suas lideranças acochambradas no
governo do "caçador de marajás".
Com
a deposição institucional de Collor, o partido passou a apoiar Itamar Franco e em 1993 lança, em meio a um chafurdo interno, o líder paulista Orestes Quércia,
e o partido novamente tratora sua própria candidatura, que tem 4,38%. Para não
ser diferente, em poucos meses suas lideranças já estavam acolhidas no governo
Fernando Henrique Cardoso, e assim ficará até 2002 quando apoia firmemente (pero no mucho) a
campanha de José Serra (PSDB), batido nas urnas por Lula.
A
federação camaleônica não perdeu tempo e já em 2004 desembarcava no governo
Lula e em 2008, no mesmo chafurdo de sempre, uma parte apoiou Geraldo Alkmin e
uma parte apoiou Lula. Nas eleições de 2010 finalmente o PDMB encosta-se de
novo no Palácio do Planalto, ao indicar o vice, Michel Temer, para compor a
coligação petista, com Dilma Rousseff à frente.
Alguns
mais amuados podem identificar o PMDB com o nosso feio, mas querido camaleão, outros,
mas raivosos, o assemelharão a um certo ectoparasita hematófago, que vive na pele
dos nossos mamíferos ou até a um anelídeo também hematófago que, por sinal, é
hermafrodita e que se alimenta dquilo que corre em nossas veias. Quanta raiva!
Pensemos
o PMDB como um partido-federação que já nos deu quatro presidentes da Câmara e
nove do Senado, desde a redemocratização. Federação poderosa, sem projeto de
nação, mas com um claríssimo projeto de poder e que, agora, emplacará, mais uma
vez, a presidência da Câmara de Deputados, na figura de Henrique Eduardo Alves,
uma expressão concreta do perfil do PMDB.
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