quarta-feira, 7 de novembro de 2012

ELEIÇÕES NA REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL : CEARÁ-MIRIM : O OCASO DE UMA PEQUENA OLIGARQUIA.


Ceará-Mirim, situada a 31 km de Natal e com uma população de 69.005 almas (IBGE. 2012) e com 740 km², com um PIB que gira em torno dos R$ 250 milhões (IBGE, 2006), sendo que a cana-de-açúcar ainda é o carro-chefe da economia local (53,4% do PIB agropecuário), embora o setor serviços, com 71,0% do PIB, seja o setor mais importante do município.
Em setembro de 2011, repetindo uma tradição de troca-troca dentro do sistema oligárquico, o ex-senador e ex-governador Geraldo Melo, ex-PSDB e ex-PPS, ingressou – de novo – no PMDB, junto com sua esposa, a ex-prefeita Ednólia Melo, depois de conversações mantidas com Henrique Alves. Caberia à Ednólia a tarefa de “recuperar” o município para o clã Alves e ninguém melhor que um pequeno oligarca para realizar essa tarefa.
Esse movimento foi em decorrência do rompimento de Henrique com o prefeito de Cruzeta (isso mesmo!), José Sally de Araújo, um articulado de uma candidatura em Ceará-Mirm, que lhe garanta votos em 2014, que acabou desembarcando nos braços políticos de João Maia.
Não leitor, você não está lendo errado. Uma candidatura nasceu num sistema oligárquico menor e devido, em boa medida, às aspirações de um prefeito de outra cidade!
E a grande confusão é que Ednólia apoiara Rosalba (DEM) enquanto o “delegado” Peixoto, atual prefeito, apoiara Iberê. Mas o DEM de Ceará-Mirim não gostava da ideia de apoiar Ednólia  pois isso faria ressurgir a oligarquia Melo
"Delegado" Antonio Peixoto (PR)
João Maia “bancou” a candidatura do atual prefeito, o delegado da polícia civil Antonio Peixoto, numa  uma estranha coalizão com o DEM (que indicou o vice), o PCdoB e o inexpressivo PT do B. Embora o apoio do DEM não causasse nenhuma surpresa, visto que em 2008 foi apoiado pelos conservadores.
A candidatura de Júlio César (PSD), que era aliado de Geraldo Melo, foi preterida na composição da chapa de Ednólia e recebeu o total apoio do chefe do PSD, Robinson Faria e do seu filho, o deputado federal Fábio Faria, além dos deputados estaduais Gustavo Carvalho (PSB) e Ezequiel Ferreira (PTB).
É bom frisar que o partido de Gustavo Carvalho estava em aliança com o PDMB, mas fidelidade partidária parece não fazer parte do vocabulário desse corpulento deputado. Além desses apoios, Júlio César ainda recebeu o apoio, imaginem só, pelo prefeito de Cruzeta, José Sally de Araújo (PSB), que tem pretensões de ser deputado estadual em 2014.
O “dr.” Marcílio, lançado pelo PP em aliança com o inexpressivo PTC, foi secretário de Agricultura de Ednólia e mantinha boas relações com os Melo. Buscou distanciar-se do seu passado, mas não convenceu.
Já a candidatura do empresário da construção civil, “Dedé” Luz (PSL), junto com o PSDC, como uma espécie de “alternativa”, ao jogo das oligarquias. Sua candidatura nasceu raquítica e morreu de inanição, chegando a pífios 1,1%.
A disputa foi muito acirrada e a vitória de Peixoto, por exatos 730 votos, foi uma derrota do clã Melo, que embora ainda detenha forte influencia política, vem num estado de decadência política nos últimos anos. O que parecia improvável aconteceu: a poderosa ex-prefeita Ednólia Melo (prefeita de 2000 a 2008), esposa do ex-governador Geraldo Melo perdeu as eleições.
A coalizão que reelegeu o delegado Peixoto ficou com 5 cadeiras (DEM 3 e PR 2 ); a coalizão que encampou a candidatura de Ednólia  ficou com 2 cadeiras, sendo uma para o PSDB e outra para o PSB e é sintomático que o partido da candidata não tenha elegido nenhum vereador, embora sua principal liderança fosse o próprio Geraldo Melo; o PP, que lançou candidatura própria, elegeu um vereador e a coalizão do terceiro colocado, o “dr.” Júlio, elegeu 5 vereadores. O fiel da balança será, portanto o grupo de Geraldo Melo.

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