quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A LONGA NOITE DE UMA ESTRELA DECADENTE


Micarlistas em fuga?
Micarla está só. Enquanto os ratos se espalham nas ruas e ruelas de Natal, fugindo da nau micarlista, e o (agora) prefeito Paulinho Freire vem a público informar que se encontrava em Marte e assume que a cidade está um caos, as investigações mostram que a ex-prefeita utilizava o erário público para enfeitar-se e pagar suas nobres contas, tal qual os aristocratas que aqui chegaram em 1808.

Onde estão as grandes lideranças oligárquicas que a apoiaram e a ajudaram a destruir Natal? Onde estão seus aliados? A mídia já se ocupa em apedrejar o cadáver político em que a ex-prefeita se transformou. Um ritual já visto Brasil afora. Mas "apaga" ou "esquece" os que a trouxeram ao governo de Natal. São cúmplices do desastre, mas se descolaram da ex-prefeita como o diabo que foge da cruz.

Ungida pelo voto popular, com o apoio de Rosalba, a governadora da grande fazenda potiguar; do PMDB de Henrique e Garibaldi, sedentos de poder; e de Agripino, o lorde-mor do DEM(o) local, numa salada mista das oligarquias locais, Micarla sai, não pelas portas dos fundos, devido a uma derrota eleitoral, mas pelo esgoto, acusada de amealhar somas astronômicas dos cofres públicos, ladeada pelo seu consorte Miguel Weber e por um pequeno e ávido exército de meliantes travestidos de burocratas.

Micarla e Carlos Eduardo em 2004
Micarla formou chapa com Carlos Eduardo em 2004, mas já em 2006 o prefeito rompeu com a vice-prefeita e a mesma acabou nas paragens da Assembleia Legislativa, sendo a candidata mais votada em Natal. Firmava-se, dessa forma, como o "novo", ou seja, um conservadorismo com roupagem moderna.




Paulo Wagner, Micarla, Rogério Marinho e Felipe Maia em 2008
Jovial e sorridente, a bela ragazza, dona de uma capacidade oratória sedutora e dotada da mais pura demagogice, conquistou o apoio do  DEM agripinista, do PP, do PR (de João Maia), do PMN (então franqueado aos Faria) e do PTB. Venceu as eleições no primeiro turno em 2008, com 50,84%, batendo Fátima Bezerra (PT), que foi apoiada pela   
governadora Wilma de Faria e pelo senador Garibaldi Alves.

Micarla e Robinson Faria em 2008
 Os sátrapas locais viram em Micarla uma jóia a ser lapidada e apostaram corretamente. Micarla venceu mesmo com Lula participando dos comícios. Parecia que a herdeira política do senador Carlos Alberto de Sousa, uma cria de Aluízio Alves, que acabou servindo aos generais e ganhou uma emissora de tv como recompensa, emergia para a política e, em pouco tempo estaria dialogando com os grandes oligarcas de igual para igual.

Agripino, Micarla, Garibaldi e Rosalba

Em 2010 a nau micarlista recebeu o PMDB e parecia que a nau navegaria em águas tranquilas, já que as três principais oligarquias bancavam a prefeita. Mas a incompetência administrativa, que já dava claros sinais no seu primeiro ano de mandato, acabou por tornar sua gestão, a mais catastrófica da história da cidade. Dezenas de denúncias surgiram nesses tempos sombrios e, em várias ocasiões segmentos da população se rebelaram contra as ações do executivo municipal, que dominava amplamente a Câmara Municipal. Nada parecia abalar Micarla.

Nestes quatro anos, que mais pareceram quatro séculos, Natal foi arrasada e seus belos contornos foram transformados num amontoado de crateras; o lixo, que parecia brotar das ruas, escolas abandonadas e a saúde na mais completa ruína. E Micarla seguia inabalável. 

Sua fé inabalável a protegia dos incautos e dos detratores e, em meio à chuva de denúncias e já com sinais de que os oligarcas começavam a virar-lhe as costas, a prefeita apela para o mais descarado e patético ato de demagogia : a redenção.

Os últimos atos de Micarla mostraram que as luzes do palco, que brilharam durante quase uma década a seu favor, apagavam-se lentamente.

Micarla está só. Mas Natal, com suas mais de 800 mil almas, está com as feridas abertas e o calvário da ex-prefeita, longe de significar a vingança da cidade, deveria abrir a discussão sobre o papel dos que ajudaram, de uma forma ou de outra, os micarlistas a destruir a Cidade do Sol.

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