quinta-feira, 16 de outubro de 2014

O DRAGÃO DA INFLAÇÃO E AS HISTORIETAS DOS TUCANOS : MENTIR PARA VER SE "COLA"



Pelo que diz e repete ad nauseum a propaganda tucana, seu candidato e sua claque Brasil afora, é chegada a hora de colocarmos nossas roupas em sacos e correr para as cavernas ou montanhas de algum lugar, pois o tristemente famoso “Dragão da Inflação” voltou.
Os jornais e sítios especializados em economia alardeiam que o “Dragão”, que teria sido domado por FHC, quando criou o Plano Real, foi solto agora pela presidente Dilma Rousseff e por seu ministro da Fazenda, Guido Mantega.
A sensação de ser engolido pelo Dragão é maior do que saber se ele realmente existe, e essa é a sua força. Mas, a inflação voltou ou não voltou? E se voltou, estamos sob ameaça?
Dragão da Inflação - Versão tucana de 2014
 Primeiro é bom dizer que a inflação realmente caiu durante a era tucana. Caiu de 22,41% em 1995, para 9,56% em 1996, 5,22% em 1997, chegando a 1,66% em 1998. Tivemos, em 1995, um crescimento do PIB de 4,2%, já em marcha decrescente com relação a 1994 (que fora de 5,8%), 2,2% em 1996 e 3,4% em 1997, quando se dizia que era o auge do Plano Real.
Inflação em queda bastante interessante, mas acompanhada de queda não menos interessante do PIB significou perda de dinamicidade da economia e uma extrema fragilidade nas contas externas, pois com nossa economia dolarizada, importar ficou muito mais atraente do que exportar. Pimba! Sem consumo, devido à retração de salários, não há produção; sem produção não há investimentos. E com o Real artificialmente valorizado, ficamos muito expostos às crises do câmbio.
Levamos uma paulada em 1996 com a “crise da Tequila”, que devastou a economia mexicana e mostrou nossa debilidade. A crise do oriente, no ano seguinte e o ataque especulativo que a Rússia sofreu em 1998, fizeram DESABAR o Plano Real, mas o presidente FHC, tal qual tinha feito Sarney em 1986, manteve o Real valorizado até DEPOIS das eleições, quando foi reeleito e pode abrir as comportas da crise.  Em 1998 nosso PIB cresceu 0,0%, enquanto a inflação desabava, gerando uma paralisação na economia.
Ai entra a figura de Armínio Fraga, o archote de FHC para acabar com a inflação. Fraga era EMPREGADO do maior especulador da terra, George Soros e parecia ser a receita certa para acabar com os ataques ao “poderoso” Real. E o moço se deparou com uma dívida pública estourada, já que o tucano FHC tentara expandir, sem sucesso, a economia jogando títulos públicos no mercado e captando recursos com o desmonte da estrutura estatal que o Brasil tinha. Não deu certo.
Armínio Fraga e George Soros : de empregado do maior especulador do planeta a presidente do Banco Central
 Em 1999 o PIB cresceu 0,3% e a inflação foi de 8,94%. E Armínio DESVALORIZOU o Real com força. E a força foi tão grande que a economia entrou em parafuso, forçando o Governo a adotar, em julho de 1999, o Regime de Metas de Inflação, estabelecendo o teto mínimo em 2,5%, o centro em 4,5% e o teto máximo em 6,5%, para dar uma resposta ao mercado financeiro, que ameaçava outro ataque especulativo ao Real.
Pronto. Tudo se resolveu? Bem, em 2000 a inflação foi de 5,97% e o PIB cresceu 4,3%, mas a dívida pública continuou a crescer, impulsionada por altas taxas de juros, que brecavam o consumo para não aumentar os preços.
Ora, mas pelo menos o governo controlou a inflação, certo? Errado. Em 2001 a inflação foi de 7,67%, estourando a meta e com um PIB de 1,3%. E no ano da graça de 2002, em meio a aumentos constantes das taxas de juros, a inflação chegou a 12,53%, enquanto o PIB cresceria 2,7%.
Bem, de 2003, primeiro ano de reconstrução do arrasado país até hoje, 2014, o “Dragão” parece ter sido debelado, embora os apóstolos do fim do mundo digam o contrário. Vejamos:
2003 – 9,30%
2004 – 7,60%
2005 – 5,69%
2006 – 3,14%
2007 – 4,45%
2008 – 5,90%
2009 – 4,31%
2010 – 5,90%
2011 –  6,50%
2012 – 5,83%
2013 – 5,91%
2014 (estimativa) – 6,5%
Se considerarmos o ano de 2003 como o ano de contenção da crise e o de 2004 o começo de um novo ciclo, EM NENHUM ANO DEPOIS A INFLAÇÃO ULTRAPASSOU O TETO DA META. Ora, olhando a inflação a partir do período em que foi criado o Regime de Metas, só no primeiro ano o governo FHC cumpriu.
Ou seja, o discurso do descontrole da inflação não apenas é falacioso, é cínico, pois foi exatamente na época em que o agora “bom moço” de Aécio, Armírio Fraga, tem a petulância de criticar a política econômica do governo.
Pode tentar mentir, mas a história o desmente.

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