Hoje pela manhã fomos informados,
primeiro pela vestal global e anunciadora do Final dos Tempos, Miriam Leitão,
que finalmente o Apocalipse chegara. As hordas de Belial traziam notícias do
Fim, sob a forma do DÉFICIT PRIMÁRIO, uma fera pouco conhecida por 99,999...%
dos brasileiros, inclusive os “letrados” e “doutores”.
Déficit Primário : o monstro do Apocalipse está chegando |
Miriam Leitão, com os olhos
esbugalhados, afirmava que o Monstro iria arrastar o nosso país para a
imensidão do vazio e estaríamos sendo condenados por um governo gastador. O
guardião do nosso dinheiro estaria sendo leniente! Portanto o recado estava
sendo dado : não podemos eleger Dilma, a mãe de todos os males.
Miriam Leitão : a cada semana um novo Fim do Mundo |
Pouco depois os jornais massacravam os
leitores pouco afeitos com o “economês”, com manchetes em que uma rápida
leitura mostraria que o Tesouro Nacional está simplesmente no vermelho. Valor,
Estadão, Uol, Folha, Agência Brasil, Exame, Veja (sic), nas suas publicações
online, pareciam ir ao orgasmo ao publicar manchetes tipo : “”Déficit primário
atinge R$ 10,4 bilhões em agosto de 2014” (Agência Brasil); “Setor público
apresenta quarto déficit primário consecutivo” (Valor).
Na reta final das eleições, a aposta é no "terror econômico" : país à beira da catástrofe |
Mas, estaremos mesmo próximos ao
apocalipse? Será que, depois dessa notícia; da queda da BOVESPA; dos
comentários do alucinado Arnaldo Jabor; e das “grandes denúncias” da Veja,
enfim o “gigante” acordaria e brecaria o avanço eleitoral de Dilma, execrada e
massacrada pelos meios de comunicação a mais de um ano e ainda assim insiste,
de forma impressionante, em ter 40% o eleitorado a seu favor?
A mídia “separa” as notícias relativas
à economia, ressaltando as que podem soar negativas e colocando em segundo
plano, as que podem afirmar que as coisas não estão tão ruins assim. Esse
déficit primário significa que o governo deslocou o pagamento dos juros da
dívida interna para INVESTIMENTOS, já que as Despesas de Capital cresceram,
entre janeiro e agosto, nada menos que 27,4% em relação ao mesmo período do ano
passado.
Já os desembolsos do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) nesse período estão em R$ 42,3 bilhões, alta de
45,6%. A medida que o PAC deslancha, os pagamentos aumentam e isso obviamente
tem impacto nas despesas governamentais.
O governo Dilma tem se equilibrado
entre a macroeconomia, um conjunto de regras retiradas de manuais asceticos de
economia, e a realidade social, que impõe decisões que vem retirando o “sangue”
do capital financeiro. O que a torna inimiga n° 1 dos rentistas.
No dia 5 de outubro os eleitores
escolherão entre saciar o monstrengo que se alimenta das crises, o mercado
financeiro, ou empurra o gigante para frente.
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