O Brasil é o país da
diversidade e disso todos nós sabemos. É o país dos vestais mais hipócritas e
dos corruptos mais descarados. É o país dos eleitos descomprometidos com o povo
e dos eleitores descomprometidos com o voto. É o país do “faz-de-conta”. Tudo
isso é o nosso maravilhoso e encantador país.
Cena 1. Nesta semana,
na quarta-feira (2), véspera de um feriado absurdo no RN, a presidente da
república, Dilma Roussef, recentemente alvo de manifestações reacionárias de
grupos com discursos libertários e atitudes fascistas, veio ao esculhambado RN
para a inauguração de unidades do Instituto Federal de Ensino do RN (IFRN) em
Canguaretema, São Paulo do Potengi e Ceará-Mirim, num evento oficial, ou seja,
com convidados das representações institucionais.
O ato, realizado em
Ceará-Mirim, um dos berços de uma decadente oligarquia, tomou ares de festa,
mas a vaia que os presentes deram na governadora do RN, Rosalba Ciarlini,
gerente do governo dos Rosado, foi tão forte, que a presidente Dilma fez, eu
diria, uma protocolar, e infeliz, defesa da vaiada. Protocolar mesmo e sobrou
vaias prá ela também[1].
Bem feito. Os que vaiaram o decrépito governo do clã Rosado, que até
recentemente era alegremente apoiado pelo PMDB, estão vivendo, na pele, a
“forma de governar” do DEM e parece que não gostaram.
Cena 2. Os políticos
locais, acompanhando uma tendência tradicional em períodos pré-eleitorais,
começaram o troca-troca desavergonhado de partidos, sem nenhum escrúpulo. O
grande lance é o tempo de televisão e o acesso ao fundo partidário. Foram
criados, inclusive, dois partidos novos, o Solidariedade[2],
nascido das entranhas da Força Sindical (FS), e liderada pelo deputado federal
Paulo Pereira da Silva, até então no PDT, que é da base aliada do governo
Dilma, mas que sempre flertou e apoiou a candidatura de Aécio Neves (PSDB).
Pois bem, o Solidariedade nasce para ser mais um suporte da candidatura de
Aécio e já se fala que poderá ter, vejam só, até 30 deputados federais.
Já o Partido
Republicano da Ordem Social (PROS)[3],
nasce fruto da revoada de governistas que estavam no PSB, quando este embarcou
na candidatura presidencial de Eduardo Campos, que comanda a legenda. Já
aderiram 18 deputados federais e há a perspectiva de até 28 deputados federais.
No RN o deputado
estadual Fábio Dantas, que era o dono do PHS, deve ter recebido uma visita do
além e rapidamente aderiu aos princípios marxistas-leninistas do Partido
Comunista do Brasil (PCdoB), aderindo à nova ideologia e trazendo, obviamente,
os votos do seu curral. Outros deputados, como o presidente da Assembleia
Legislativa, Ricardo Motta, tratou de ingressar no PROS. E lá nave vá.
Cena. Ontem (3) o
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cumprindo as regras eleitorais negou, por 6
votos a 1, a legalização da Rede Sustentabilidade, um amontoado de personagens
diferentes entre sí, mas com um discurso pseudo-progressista liderado pela
ex-petista e ex-verde, Marinal Silva. O grande defensor da quebra da legalidade
foi o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, um desses
vestais anti-petistas, que no julgamento do “mensalão”, bradava aos quatro
ventos sobre a necessidade do “império da lei”. Durma-se com um barulho desses.
O que se esperar disso?
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