Natal é uma cidade em reconstrução.
Isso é fato. Mesmo os mais irascíveis opositores da atual administração sabem
que o cataclismo administrativo pelo qual passou a nossa cidade não pode ser
remediado em seis meses de gestão. O emperramento da burocracia, uma letargia
política inerente ao sistema político instalado no RN e uma falta de recursos
crônica, somam-se para tirar a paciência de quem precisa de serviços públicos
em Natal.
E as manifestações que correram o país
em junho tinha, em grande parte, um endereço certo : a mobilidade urbana. Hoje,
a cidade de Natal encontra-se imersa num caos urbano, próprio de um crescimento
desordenado e que está cobrando isso agora da população. Falar em mobilidade
em Natal é falar de paciência. Paciência em depender de um transporte público
que mais parece um favor das empresas privadas que usam uma concessão pública;
de uma crônica falta de equipamentos públicos; de falta de vias seguras e que
permitam o escoamento menos lento dos automóveis; e de ficar a mercê de grupos
econômicos que fazem e desfazem sem ter de prestar contas à sociedade das
consequências dos seus atos.
Agora, com a proposta apresentada pelo
governo federal, de injetar mais R$ 50 bilhões em obras de Mobilidade Urbana,
parece que a bola foi entregue aos gestores municipais para que, afinal, adiram
à esses projetos e deixem de ser imóveis diante da complexidade crescente das
cidades.
Elequicina vai defender projetos da Prefeitura em Brasília |
A prefeitura de Natal, ciente dessas
possibilidades, já anunciou que demandará oito projetos que somam R$ 258
milhões, para obras de mobilidade urbana. E nessa segunda (15) a secretária de
Mobilidade Urbana, Elequicina dos Santos, irá a Brasília e apresentar no
Ministério do Planejamento essas obras, que são nada mais, nada menos, obras
engavetadas pela gestão Micarla de Sousa, a new
pastora que deixou Natal no inferno enquanto ela entrava no mundo espiritual.
Vejamos as obras:
1
– Reforma de dezessete ruas e avenidas de Natal, no valor de R$ 104 milhões,
com a construção de mil terminais de passageiros, acabando com essas “coisas”
onde hoje as pessoas se aglomeram para disputarem um lugar nos ônibus da nossa
bela e desarrumada cidade.
2
– Construção de uma faixa exclusiva de ônibus, na estrangulada avenida Bernardo
Vieira, pesadelo de milhares de natalenses, com 4,5 km, que vai até a avenida
Xavier da Silveira. Além disso, serão construídos mais um túnel na Prudente de
Morais e dois viadutos, um na Xavier da Silveira e outro na avenida Coronel
Estevam. Total da obra? Cerca de R$ 45,7 milhões.
3
– Construção de um viaduto na avenida Bernardo Vieira, por cima da linha
férrea, no valor de R$ 28,9 milhões.
4
– Construção de um túnel na avenida Alexandrino de Alencar, beneficiando 52 mil
usuários diários que passam na avenida Hermes da Fonseca. A obra está prevista
em R$ 25,7 milhões.
5
– Obra do entrocamento da avenida Prudente de Morais com a avenida Governador
Tarcisio Maia, uma homenagem ao clã Maia, que custará R$ 25 milhões. A obra
deve servir para desafogar o transito depois do término da duplicação da
Prudente de Morais. Terá um viaduto e duas alças de ligação de 500 metros.
6
– Reestruturação da avenida Romualdo Galvão e da avenida Lima e Silva, com a
construção de um viaduto de 220 metros, ligando as duas avenidas, além de um
túnel de 185 metros na Lima e Silva, que se ligará ao complexo viário da
Salgado Filho. O obra está orçada em R$ 21,6 milhões.
7
– Ligação de quatro zonas de Natal, através de ciclovias e ciclofaixas, no
valor de R$ 11 milhões.
8
– Construção da tão esperada obra do BRT (Bus Rapid Transit), que ligará a
avenida Tomáz Landim à avenida Salgado Filho. Não se sabe exatamente o valor
dessa obra.
Agora é ficar atento e vigiar de
perto se essas obras serão mesmo feitas, como serão feitas e é obrigação da
sociedade civil organizada participar desse processo que realmente irá mudar,
pelo menos na questão de mobilidade urbana, a face de Natal. Que os “acordados”
fiquem acordados de fato e que os “apartidários” somem-se às organizações
sociais na defesa desses projetos.
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