A
blogueira e colunista do enfadonho jornal O Globo, Silvia Pilz, é uma ilustre
desconhecida para a esmagadora maioria dos cidadãos brasileiros. Não representa
nada, nunca participou de nada, enfim é um grande “nada”. Tem uma coluna, que
deve ser vista por meia dúzia de pessoas “do meio”, que leva o nome de “zona
de desconforto”.
Mas,
como todo candidato a “nada”, tem que ter seu dia de “tudo”, a dita colunista
levantou-se um dia desses perdidos, olhou para o espelho e se viu como um ser
inefável, capaz de sacudir seus leitores com um texto de humor “cáustico”, mordaz,
que choca. E veio a pérola, publicada no seu blog, com o título de “o plano
cobre” (http://oglobo.globo.com/blogs/silvia-pilz/posts/2015/01/13/o-plano-cobre-558602.asp)
que, segundo a blogueira foi feito para “divertir” as pessoas.
O
texto exala a mais fétida provocação preconceituosa sobre uma camada de pessoas
que formam a sociedade, como jamais li. Os que foram em defesa da blogueira, afirmaram
que se vive num “mundo chato” e que ninguém mais pode ter um humor ácido, que
logo vem a ladainha dos “politicamente corretos”. Outros afirmaram que o “jumentos”
não entenderam a sagacidade da autora, pois a mesma estava fazendo uma crítica ao
sistema de saúde.
Silvia Pilz e o "horror à pobre": ódio de classe disfarçado de "humor cáustico" |
Essa
carioca, jornalista de quase 44 anos, nos presenteou com uma verdade e por isso
devemos agradecer. Revelou o mais profundo ódio de classe que se pode ter
dentro de um ser humano, e de como esse ódio pode ser expresso via “humor
cáustico”. Mas ela não é nenhuma celebridade e nem representa nada. Apenas
surtou e num arroubo de pedantismo próprio dos que se embriagam com o cheiro
dos perfumes dos ricos, expôs sua verve contra os tais “pobres”. O verdadeiro ódio de classe está cada vez mais nítido e se revela nas redes sociais sem pruridos e nem meias palavras.
A
versão de que o texto foi “irônico”, só revela que o surto durou pouco tempo e
as reações nas redes sociais foram tão negativas, que a citada blogueira veio com
uma desculpa esfarrapada da "não explicação" do seu ato, por ser parte de um “humor
cáustico”. Não poderia pedir desculpas, pois estaria admitindo sua culpa e nem
poderia assumir a culpa, pois seria mais criticada ainda. Preferiu o caminho
dos grandes produtores do “nada”. Fez de conta que nada fez.
Essa
senhora não tem importância nenhuma nas nossas vidas e nem na nossa dura realidade, mas em tempos de crise civilizatória,
textos como esses servem para alimentar, nas elites, o pavor à ascensão de
camadas da população que eram alvo de piadas nos “bons tempos” e hoje, para
horror de muitos, não aceitam mais ser motivo de gargalhadas dos que se acham
superiores, mesmo que com todo arsenal de hipocrisia de que dispõem.
Se
irritar com a “chatice” do mundo porque não devemos mais tolerar alimentar o
preconceito com as piadinhas do passado, é uma demonstração de que estamos
ainda longe de querer aceitar que as pessoas não podem vivem em estratos sociais
imóveis. Não vivemos num sistema de castas e é correto que nem o negro e nem o
pobre aceitem mais ser motivo de riso.
Sem
mais.