No
chamado “dia da mentira” o Comitê de Combate a Seca do RN se reuniu para fazer
uma avaliação sobre a estiagem que se mantém firme. Presente estava a gestora
Rosalba Ciarlini que hoje estará em Fortaleza para a reunião do Conselho
Deliberativo da fantasmagórica SUDENE. Foi mais uma reunião essencial para provar o quanto são "importantes" essas avaliações.
Seca no RN : só os urubús comemoram. |
Obviamente
que a gestora, aliás governadora, já tem o seu discurso pronto. A culpa pela
situação lamentável do interior é da “burocracia”, que maquiavelicamente não
libera recursos que poderiam “salvar” o RN da crise devastadora. Também afirma
que a “falta de agilidade” tem feito com que a liberação de recursos para
poços, adutoras, cisternas, ampliação do Bolsa Estiagem e do Seguro Safra seja lenta. É a
nova versão do mesmo centenário discurso sobre uma situação que é inerente à
localização geográfica do RN.Para alguns mais irritados a gestora (governadora) deveria botar a culpa em Deus, o que a livraria definitivamente desse fardo.
O
drama recorrente dos nordestinos, sempre quando se abate a tragédia da seca, é
respondida com os carros-pipas de sempre e as infindáveis e absolutamente
inúteis reuniões dos burocratas de plantão. No nosso pobre e estagnado estado, a
seca simplesmente expôs o mistifório de uma administração comandada por clãs
conservadores, que adoram posar prá fotos em festas, procissões e outros
rastapés, mas que mantém o firme pé no passado anacrônico. Falta visão a esse
governo, mas exigir do cego visão seria demais. Assim foi, assim será.
Os clãs e a seca : culpa de Deus? |
A
seca no RN tem múltiplas formas. Seca de ação, com os gestores vendo a
decadência industrial, com uma crise anunciada e que foi culminada com a saída da
Coteminas da zona norte de Natal. A queda do setor têxtil, 33,8% em relação ao
primeiro semestre de 2012 e das confecções, com – 14,8% com relação ao mesmo
período é a face mais cruel dessa retração. Seca de empenho dos responsáveis pelo apoio político a esse governo medíocre, afinal a aliança DEM-PMDB parece ser especialista em tudo fazer para nada mudar.
Mas
parece que a tragédia do RN não gera IBOPE. Nas páginas do governo estadual e da
“nobre” Assembleia Legislativa, os espaços reservados à essa problemática são
quase que invisíveis. A erroneamente chamada “classe política” é um exemplo de
como estruturas políticas arcaicas podem manter o RN nas trevas do
subdesenvolvimento.
Como as redes socias e a mídia local primam pela "ótima" informação, debater e discutir sobre como o RN poderá se livrar um dia dessa matilha e caminhar rumo ao desenvolvimento, parece ficar para um futuro que espero não ser muito distante, mas que a tendência é que fiquemos muito tempo no limbo político.
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