quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

TCE-RN E O CONTROLE DAS CONTAS PÚBLICAS : AMEAÇA ÀS FASIANÍDEAS?


Vulpes vulpes entre as fasianídeas : olhar faminto?
Conheço uma frase bem antiga que tem uma contemporaneidade impressionante: “raposa tomando conta do galinheiro”. A frase, por si só, já diz tudo e não será necessário nenhum estudo etnolinguístico para que os leitores compreendam o significado da mesma.

Poti Júnior : 12x11 e rumo à vitaliciedade
Pois muito bem. Há seis dias, sem grandes estardalhaços por parte da dócil mídia potiguar, ocorreu uma eleição que, na sua própria realização, tem contornos de absurdeza. Poti Júnior (PMDB), cujo feudo político fica em São Gonçalo do Amarante e que responde a pelo menos seis processos na justiça, foi eleito, por 12 votos, contra 11 dados a Fábio Dantas, dono do PHS, e cujo feudo se localiza em São José de Mipibú, para ser o novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN).

Em meio à lamacenta história do Golpe contra Raniere Barbosa (PRB) e George Câmara (PCdoB), que terá mais um capítulo nesta quinta, e a mais um “surto global” que tenta enchouriçar a vida do ex-presidente Lula, a sociedade potiguar, talvez acostumada a viver na lama política, pouca atenção deu a tal episódio.

Afora os grunhidos do presidente do Sindicato dos Servidores do Tribunal de Contas do Estado, o senhor Romildo Vilar Ribeiro Dantas, que por sinal apoiou o nome de Fábio Dantas e do Movimento Articulado de Combate à Corrupção (MARCCO), que pouca gente sabe o que é ou já ouviu falar, e que entrará com uma representação contra a indicação, pela Assembleia Legislativa, de Poti Jr., junto a OAB e o Ministério Público, pouca ressonância teve tal fato.

Mais do que isso, o cidadão potiguar desconhece, em sua ESMAGADORA MAIORIA, o que é o TCE-RN, e por que esta disputa, de bastidores e corredores, foi tão acirrada. E se olharmos a relação entre seus objetivos e sua composição, veremos que as raposas realmente têm tomado conta do galinheiro, e se alimentando fartamente das galiformes.

Criado para que, em tese, a sociedade tivesse o controle das contas públicas, o TCE-RN, maldosamente chamado por alguns injustos de “Tribunal do Faz de Contas que Controla as Contas do Estado”, é composto por sete iluminados, com cargo vitalício, ou seja, de lá só saem pela compulsória, como foi o caso do ex-presidente, Valério Mesquita, ex-prefeito de Macaíba e ex-deputado estadual, ligado aos clãs maiores. Afinal seria muito ruim para a imagem do TCE-RN ter um conselheiro gagá, fiscalizando as contas públicas.

Sete não tão iluminados, já que quatro são eleitos pela Assembleia Legislativa, ou seja, dentro dos currais, corredores, jogos de interesses, etc. Um conselheiro é nomeado pelo governador e dois são escolhidos dentre os auditores e membros do Ministério Público, mas é o TCE-RN, que envia a lista tríplice ao chefe do executivo que o indica.

E se algum afoito der uma olhada mais atenta verá que os clãs e famílias estão solidamente instalados lá dentro. Senão vejamos:

Paulo Roberto : indicado por Álvaro Dias
O novo presidente, recém-eleito, é Paulo Roberto Alves, irmão de quem? Do ex-governador Garibaldi Alves Filho. Indicado por quem? Álvaro Dias, uma liderança lá do Seridó.

Thompson : o vice dos Maia?




O vice-presidente é Carlos Thompson Fernandes, filho do ex-procurador Assis Fernandes, que foi indicado por quem? Agripino Maia.

Tarcísio Costa : nomeado pelo irmão e então governador Vivaldo


















Tarcísio Costa é simplesmente irmão de Vivaldo Costa, que o indicou quando era governador.





Renato : irmão de Álvaro, nomeado por Garibaldi.
Renato Dias é irmão de Álvaro Dias. Foi nomeado por quem? Garibaldi Alves, que na época era governador. Dizem os mexeriqueiros irresponsáveis que tal nomeação foi para agradecer o apoio de Álvaro à indicação de Paulo Roberto.

Tal fofoca, típica dos que adoram o lacuteio, merece o repúdio e a indiferença, embora as coincidências sejam reveladoras. A história do RN mostra que esse tipo de troca de favores,  jamais vicejou no nosso meio político.




Montenegro : mais um indicado pelos clãs?

Marco Antonio Montenegro, é sobrinho do ex-deputado Edgar Montenegro, uma tradicional e forte liderança do Vale do Assú.

A corregedora Maria Adélia Sales, parece ser a única que não tem um carimbo oligárquico, e a outra cadeira de conselheiro, está vaga há mais de um ano, já que a governadora ainda não indicou ninguém. Deve estar escolhendo um vassalo bem fiel.

 À esse grupo, certamente ilibado, junta-se agora Poti Júnior e os seus seis processos que responde.

Eis o nosso nobre TCE-RN, e a sociedade pode ficar tranquila que as raposas podem, afinal, serem apenas guardiãs do galinheiro. É torcer para que elas não mudem de ideia.

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