sábado, 15 de dezembro de 2012

REAJUSTE DOS VEREADORES: PARA NATAL NADA!


Na última quinta-feira os vereadores de Natal fizeram, ao final da legislatura, o que se deve fazer ao final do mandato e o que não deveriam ter feito diante do caos instalado em Natal.

Natalenses ao saber do reajuste dos vereadores: susto.
Fizeram o que diz a Constituição Federal, ou seja, trataram da remuneração da próxima legislatura[1]. Mas, ao mesmo tempo, numa demonstração de insensibilidade com a situação de Natal, e pelo fato de estarmos a poucos dias do Fim do Mundo, reajustaram seus subsídios e os do Prefeito, vice-prefeito e secretários municipais, em percentuais que vão de 20,0% (para os vereadores, secretários, procuradores geral da Câmara e do Município, além dos presidentes de órgãos da Administração Indireta) a 76,0% para o prefeito, vice-prefeito.

Votaram pelo projeto de resolução, enviado pela Mesa Diretora da Câmara : Adão Eridan (PR), Aquino Neto (PV), Assis Oliveira (PR), Bispo Francisco de Assis (PSB), Chagas Catarino (PP), Dickson Nasser (PSB), Franklin Capistrano (PSB), Júlia Arruda (PSB), Maurício Gurgel (PHS), Ney Lopes Jr (DEM) e Raniere Barbosa (PRB). George Câmara (PCdoB), votou contra.

A musa da extrema-esquerda, Amanda Gurgel (PSTU) logo vociferou contra o reajuste e ameaçou interromper o Fim do Mundo, apenas para que a Câmara Municipal, derrube o reajuste e ainda diminua seus subsísios. A julgar pelo que o vereador Adão Eridan (PR), desbocado como sempre, disse em plenário, o embate promete.

E no ato da diplomação, um grupo de estudantes do PSTU vociferou contra o aumento, enquanto cumpria seu papel de claque em aplaudir sua musa e os dois vereadores que ela ajudou a eleger. Marcos”do PSOL”, demonstrando ira e desconhecimento, já disse que vai pedir a inconstitucionalidade do reajuste. Tudo normal dentro do discurso esquizofrênico da extrema-esquerda.

George:
 aumento inoportuno e equivocado.
Já George Câmara (PCdoB), reeleito, e que travou uma dura batalha pelos votos que o colocaram na próxima legislatura, votou contra, o que lhe valeu o epíteto de “picareta”, dado, durante a sessão, pelo esbaforido Adão Eridan. George estranhou a pressa com que o tema foi tratado, e lembrou que a prioridade deveria ter sido o reajuste dos servidores e não dos vereadores[2]. Comedido demais, mas correto assim mesmo.

Mais rápido do que a tramitação do projeto foi a rapidez com que, no dia seguinte, o vereador Maurício Gurgel (PHS), um imberbe reeleito para o seu segundo mandato, encerrou a sessão. No dia anterior, num discurso desconexo e descontextualizado, apontara os mísseis para o Judiciário, que, segundo o jovem vereador, ganham muito mais dos que os vereadores. Parece que a repercussão assustou os vereadores, já que apenas 9 deles compareceram à sessão.
A crítica de Mauricio Gurgel, que um colega de língua venenífera, chama de "Mauricinho", seria muito justa, se não fosse o simplório fato de que o CARGO de vereador é dada pelo eleitor e, portanto, VOLUNTÁRIO. Logo, a relação é tosca e sem sentido, o que depõe contra a capacidade de cognição do nobre vereador. 
Maurico Gurgel: 
discurso descontextualizado


Obviamente que as repercussões foram explosivamente negativas e muitos, espumando de raiva, já passaram a defender um movimento “fora vereadores”, como se os 29 vereadores da próxima legislatura, boa parte reeleitos, fossem mudar o comportamento até agora visto.

Enquanto os natalenses, em sua esmagadora maioria, bradam contra o descompromisso dos vereadores com Natal, o prefeito Paulinho Freire, aquele que esteve em Marte durante os quatros anos de mandato de Micarla, dava um famoso “chá-de-cadeira” na imprensa, para anunciar sua renúncia, já que vai tomar posse em janeiro como vereador. De pronto, o jovem Ney Lópes Júnior, assumia com toda a pompa para governar...duas semanas.

Inoportuna para uns, descabida para outros e irracional para muitos, a proposta dos vereadores revela o distanciamento destes para com o cidadão e a percepção de que o cargo de vereador, é sim uma renda que deve ser majorada, mesmo sem a contrapartida de trabalho, o que acontece com os trabalhadores comuns.

O que Natal vivencia neste final de ano, é o desaguadouro natural de um sistema eleitoral caduco, marcado pelo clientelismo, que elege pessoas sem nenhum senso ético ou crítico, mas que não podem ser qualificados de golpistas e picaretas, visto que muitos deles foram reeleitos, e passarão mais quatros anos nos corredores da Câmara e da Prefeitura, trocando cargos por pequenos nichos de poder ou pela mercadoria que o velho Marx observara como sendo a gênese da riqueza das sociedade.

Pobre Natal.


[1] http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
[2] http://jornaldehoje.com.br/manifestantes-protestam-contra-aumento-do-salario-de-vereador/

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